Centro do meu Recife
Colorido por prostitutas
Repleto de bêbados
Encharcado de poesia

A Aurora do Capibaribe
Bebe sol e vomita luz
Dentro do meu Recife
O caos que me vicia

Onde a vida só traduz
A adrenalina do medo
No segredo da esquina

Sem afagos ou carícias
Lá, o Recife se expressa
Sombrio e encantador

Estou ciente dos meus vícios.

Nada disso vale.
Não vale nada.
Nada vale isso.
Isso não vale.

Nada.

Ei, José,
não pensa nela não,
ela ama o João,
que nem gosta dela,
não gosta não.

Pela pele, o apelo
Pêlo, pele, espelho
Pelo pêlo, expele
Pelo espelho, apele

"Quanto Blues vc aguenta?"

Meu tesouro por uma massagem.

O mundo é canalha.

A vida podia ser bem melhor. Mas, não é.

Quem liga pra qualquer coisa?
Eu descobri que eu não ligo.
Cansei. Cansei de agradar.
Parei. Parei de me mover.
Não movo mais. Mais nada.

*Carrego. Angústia. Tristeza. Fraqueza. Tédio. Marasmo. Abuso. Solidão.

(*sai pra lá...)