terça-feira, 23 de dezembro de 2008

tudo novo
novamente tudo
tudo de novo
de novo, o novo
é tudo, tudo

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Like a bitch!

domingo, 14 de dezembro de 2008

ia engolir,
e entalei
tossi em vão
não vai sair
tentei cuspir
mas não sei
onde foi
parar

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

e do estômago
falta um pedaço
[ansiedade canibal]

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

a cabeça
desmantelada

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

o vômito
é o revés
do estômago
revirado
ao avesso
reverso

domingo, 30 de novembro de 2008

durante a espera
respira ritmado
aguarda o chamado
esfola a indefinição

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

uma certa distância

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A felicidade é escorregadia.

sábado, 15 de novembro de 2008

Bem-vinda à vida
Arrancaram-te o cordão
O corpo febril reage
Mas a dor toma conta
Tens a exclusividade
Dos teus problemas
Comerás as angústias
Para saciar o medo
Engolirás tudo a seco
Sentirás calafrios
E, em desespero,
Calmamente,
Beberás a solidão
Que agora
É só tua

domingo, 9 de novembro de 2008

é quando parte
que me divido
dói um pedaço
o outro corrói
resto metades

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

nova vida
vida em trânsito

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Há tempos
não venho aqui

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

é impossível
tocar o vento
ou ter você
aqui comigo
no momento

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

braços ausentes
dos seus laços
sentem o frio
e um vazio
assim imenso
bebem o tempo
comem sua falta

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Saudade é uma palavra que não existe em inglês.

sábado, 27 de setembro de 2008

as palavras
não abandonei
eu as guardei
aqui comigo

terça-feira, 23 de setembro de 2008

ahhhhhh
aaaaaahhhhh
aaaaaahhhhhhh
aaaaaaatchiiiiiinnn

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

"A resposta é a desgraça da pergunta"

(Maurice Blanchot)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

é um frio
frio da gota
da gota serena

terça-feira, 16 de setembro de 2008

falta * você * comigo * junto
* pedaço * de tu * aqui *

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

vou deixar
a cidade,
o calor,
as pessoas,
essa vida boa,
com um bocado
de saudade
mais um pouco
de maldade
uma garantia
para proteger

terça-feira, 9 de setembro de 2008

de repente
olhos pesados
é o meu sono
carregado

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

"O contentamento foi assim tamanho
ao ver o brilho nos olhos da menina
que ao saber do feito perfeito,
de emoção, quase desbaratina.
A felicidade veio do compromisso
Dos corações unidos pela magia
Da vontade de união que se seguia
e que nem a distância contraria"


(Tita de Paula)

sábado, 6 de setembro de 2008

Tempo.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

às vezes
é assim
até a lua
pode doer

vai se virar
ao avesso
é o preço
de ir à rua
"A palavra cortada
na primeira sílaba.
A consoante esvanecida
sem que a língua atingisse o alvéolo.
O que jamais se esqueceria
pois nem principiou a ser lembrado.
O campo – havia, havia um campo?
irremediavelmente murcho em sombra
antes de imaginar-se a figura
de um campo.

A vida não chega a ser breve."


(O fim no começo , Carlos Drummond de Andrade)
Almost me
Almost you
Almost blue



(Chet Baker, Almost Blue)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

um bueiro ali
apenas um passo
antes da queda

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

a dor
é senhora
da partida
antecipada
de mim

saudade
não tem dia
tem hora
marcada
para chegar

não sei
se é cedo
ou tarde
só sei que
é agora

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

o suor
o tempero
da noite

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

a espera
sempre ela
sempre séria
sem ter porque

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Space may be the final frontier
But it's made in a Hollywood basement


(Carlifornication, Red Hot Chili Peppers)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

"O que me tranqüiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta. O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete. Tudo o que existe é de uma grande exatidão. Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnicamente invisível. O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas. Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição."

(A perfeição, Clarice Lispector)

domingo, 24 de agosto de 2008

é domingo
foi embora
alta e fria
madrugada

sábado, 23 de agosto de 2008

um café
expresso
sem açúcar
com você

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

tão longe, tão perto

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

"De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma."


(Não sei quantas almas tenho, Fernando Pessoa)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

a flor e o vento
travaram uma luta
elegeram o mar
o juiz da disputa
duelaram na areia
por horas e horas
até o fim do dia
até um sucumbir
no exato momento
da lua plena surgir

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

não há versos
na madrugada
a noite hoje
enluarada
fez-me muda
levou-me longe
das palavras

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

"Ela entregaria o próprio coração para ser mordido, ela queria sair dos limites de sua própria vida como suprema crueldade"

(Clarice Lispector)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

[,]
no começo
do caminho
já havia
uma vírgula

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

No meu calendário anual, março e agosto acontecem sem muito propósito. Geralmente, não sabem para que vieram. Isso porque, todos os anos, os dois meses costumam se enfrentar para ver quem leva a pior. Em 2008, contudo, agosto levou março direto à lona no 1º round. Um golpe decisivo. Vou chamá-lo de "o retorno de Saturno". Nocaute.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Os meus notívagos olhos ardem. A claridade contrai as pupilas. A visão é ofuscada. As pálpebras afundam um pouco. Surgem os círculos escuros. A retina turva. A luz do dia cega.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

"O escafandro torna-se menos opressivo e o espírito pode vagabundear como uma borboleta"

(Le scaphandre et le papillon, Jean-Dominique Bauby)

domingo, 10 de agosto de 2008

Um arco-íris completo faz um sábado colorido.

sábado, 9 de agosto de 2008

Este post não será publicado. Houve erro de comunicação.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Enquanto aguarda, a vida insiste. Acontece diante dela. E o tal amanhã já não espera o dia. Aparece sempre antes do tempo. Não anuncia para que vem. Não marca hora. E nem pergunta a ninguém, se pode chegar. Ele simplesmente chega. Está aqui. Diariamente.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

I feel wherever I go that tomorrow is near,
tomorrow is here and always too soon


(Speak low, versão Billie Holiday)

Há dias, um ruído a perturbava. Um som insistente que a distanciava dos demais. Parecia até que um grito constante estava abrigado nela. Morava nela. Era violento. Ensurdecedor. Tão intenso que agora já não escutava nada. Nada mais. Nem ninguém. Era o silêncio. Abateu-se. Optou pela lucidez. Desistiu da euforia. Agora, não vive mais por ai. Nunca mais ébria por ai. Esconde-se na contenção do ser. Está morta. Quase seca. Aqui jaz uma vida intensa e etérea. De tanto resistir, ela sucumbiu. Dizem que, ainda jovem, morreu de tédio.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

O tema é livre. A escrita é torta. As palavras trêmulas. As linhas imaginárias. Os calos nos dedos. Um tecido grosso. E a pele? Morta.

domingo, 3 de agosto de 2008

I wish I could say no regrets
And no emotional debt


(Tears Dry On Their Own, Amy Winehouse)

sábado, 2 de agosto de 2008

E agora, José?
Já é hora de ir
É preciso partir
É agora
Vai sim, menino
Deixa a saudade aqui
Que o tempo é seu
Não vai doer nada
Não diz adeus
Até logo basta

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

"Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele."

(Clarice Lispector - trecho de Perdoando Deus do livro Felicidade Clandestina)
Meus soluços. Pela amizade. Pela aflição. Pela emoção. Pelo nó. Pelo abraço. Pelo contato. Pelo cuidado. Pelo estado de graça. Pelo fim da farsa. Pelo carinho. Pelo voltar a sentir. Pelo existir. Pela saudade. Minhas lágrimas.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

azul é a saudade
de um querer bem
palavras em vão
agora já é tarde
não digo nada além

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Two jumps in a week
I bet you think that's pretty clever don't you boy?


(High and dry, Radiohead)

passarinho não bebe
a água do santo
não sente mais sede
nem tem mais sono

terça-feira, 29 de julho de 2008

Sabe, geralmente, acho que posso. Eu acredito piamente nisso. A minha verdade é essa. Sou teimosa. Insistente. E, sigo podendo tudo. Posso até ser convencida do contrário. É difícil, mas posso.

domingo, 27 de julho de 2008

"Certas palavras não podem ser ditas
em qualquer lugar e hora qualquer.
Estritamente reservadas
para companheiros de confiança,
devem ser sacralmente pronunciadas
em tom muito especial
lá onde a polícia dos adultos
não adivinha nem alcança.

Entretanto são palavras simples:
definem partes do corpo, movimentos, atos
do viver que só os grandes se permitem
e a nós é defendido por sentença
dos séculos.

E tudo é proibido. Então, falamos"


(Certas palavras, Carlos Drummond de Andrade)
Se eu não preparar o próximo tiro, você nunca será alvo.

sábado, 26 de julho de 2008

uma lucidez que pertuba o sono

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Já vi o filme. É reprise. Não vou chorar. Eu sei o final.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Há um espaço [vazio] entre nós.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

E aos vinte e nove com o retorno de saturno
Decidi começar a viver"


(Vinte e nove, Renato Russo)
Esse tal de tempo até que pergunta um bocado, mas responder que é bom, até agora, nada.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Não disse nada. E, se disse ou não disse, não importa. Eu nego.
Sem saber a hora de descansar a cabeça no ombro alheio.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

It’s an illusion…
There’s too much confusion...


(Get Together, Madonna)

sábado, 19 de julho de 2008

A FARRA

sexta-feira, 18 de julho de 2008

se a lua
for à festa
vai bem cheia
enfeitar a noite
prego
batido
incomoda
vizinhança

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Não dou conselhos, empresto suposições.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Um vaza
no morcego

terça-feira, 15 de julho de 2008

o meu set
tem mangue
tem cena
tem blues
tem jazz
tem samba
tem soul
tem pop
tem rock
and roll

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Music makes the people come together
Music mix the bourgeoisie and the rebel


(Music, Madonna)

sábado, 12 de julho de 2008

Como já estive no inferno,
vejo a terra mais perto do céu.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

à noite sambo
um samba solto
a noite toda
eu toda bamba

quarta-feira, 9 de julho de 2008

aquelas manchas lívidas
revelam um certo cansaço
marcam seus olhos ímpios
confessam noites em claro
...

terça-feira, 8 de julho de 2008

É um cara bem estranho que tem o tamanho da minha vontade. Mas estranho mesmo seria ter uma vontade dessa mais comum.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Há pouco, levaram o som do meu carro, o meu casaquinho laranja e, o pior, a minha sombrinha vinho de bolinhas brancas. O sujeito que fez isso deve ser um cara bem sedentário, não se incomodou nem um pouco em carregar junto o meu tapete da Yoga.

sábado, 5 de julho de 2008

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world


(Enjoy the silence, Depeche Mode)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

sou leão.
ascendente?
escorpião.
inferninho?
ainda não.
traduzida?
obsessão.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

não nega nunca o instinto
conserva o que é essência
permite as oportunidades
impossibilidades desconhece
é para o acaso que escreve

terça-feira, 1 de julho de 2008

Se o meu time continuar assim, vou fazer promessa ao avesso. Voltarei urgente a beber. Só para ver a Ilha do Retiro tremer.
Por favor, aqui vende bom um cochilo?

segunda-feira, 30 de junho de 2008

One of these mornings the chain is gonna break
But up until then, yeah, I'm gonna take all I can take


(Chain Of Fools, por Aretha Franklin)

domingo, 29 de junho de 2008

O sol entra aqui de penetra. Vem anunciar o fim da noite inquieta. Ela se foi silente. Partiu logo cedo. Enquanto estive acesa. De olhos abertos. Nem vi a escuridão.

sábado, 28 de junho de 2008

Dizem por ai que o Santo Antonio já avisou que este ano não vai abrir nem para um trem cheio de explosivos com um doido fumando em cima.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Noite insone,
nada insana.
É difícil fazer alguém feliz,
assim como é fácil fazer triste"


(Nem tudo é fácil, Cecília Meireles)

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Qualquer esforço é válido para desacostumar.

sábado, 21 de junho de 2008

A fogueira vai queimar em Arcoverde.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Não falo de uma mesma moeda. A minha moeda tem outro valor.
Pago muito bem para não cruzar a vista com essa laia. Mas prometo pagar melhor ainda para não mais perder de vista.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

certas vezes
tramar o mal
é necessário
indispensável
é a vingança

terça-feira, 17 de junho de 2008

I thought there was a virtue
in always being cool


(Fight test, The Flaming Lips)

domingo, 15 de junho de 2008

Em pergunta de sim ou não, talvez não é resposta.

sábado, 14 de junho de 2008

Ser chamada de cinema alternativo é, no mínimo, intrigante.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Bom, eu não sei você. Mas hoje eu sou a atual campeã da Copa do Brasil. Esse título, aliás, eu nunca vi. Até então. Agora, há uma promessa a cumprir. Duzentos e dois

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Nervosa.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Por um pecado até me arrisco
Em troca de um Santo Antonio
Enlaçado de cabeça para baixo
Ficaria com você assim descalço
Querendo bancar São Francisco

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Sometimes I find myself alone regretting
Some little fooling thing
Some simple thing that I've done


(Don’t Let Me Be Misunderstood, versão Nina Simone)

domingo, 8 de junho de 2008

Mal chegou e já tocou o terror aqui na área.

sábado, 7 de junho de 2008

Difícil é lembrar do que não existiu pronto para acontecer.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Eram os momentos finais. Logo, o caixão seria fechado. Naquele último minuto, algo surpreendeu. O defunto suspirou. A viúva ficou boquiaberta. A amante abriu um sorriso. Outros presentes também reagiram. Uns tremeram na base, enquanto os demais gritaram. Não eram gritos de medo, mas de euforia. Aquele movimento tardiamente repentino conseguiu acelerar diversos corações. Era a esperança. O que aconteceria em seguida ninguém tinha certeza. O morto iria levantar ou foi apenas um impulso elétrico?

quarta-feira, 4 de junho de 2008

CV. Grande experiência em inquietação do sono. Formação superior completo em argumentação e MBA em persuasão. Ampla atuação em questionamento de tudo. Habilidade para analisar o impossível. Gerenciamento dos sentimentos. Alto comprometimento com o sonho. Foco nas palavras e pensamentos. Personalidade forte e senso de humor levemente sarcástico. Interesse em resoluções.

terça-feira, 3 de junho de 2008

É um conforto poder acordar em um dia quase morto e anestesiada das idéias adormecer em um novo dia.

domingo, 1 de junho de 2008

Pensei comigo. Eu que não me mato mais de amores por ninguém. A causa de amor pode até ser justa. Mas eu não.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Palavras [enough]

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Duzentos e dois. Não sou de fazer promessas. Costumo ter pendências demais na vida para simplesmente inventar mais uma. Mas, pela força da emoção e da esperança, hoje resolvi abrir uma exceção. Diria inclusive que esse não é um pedido em benefício próprio. Aliás, é por mim sim. Só que não é exclusivamente. É também por pelo menos mais um milhão e meio de pessoas com um desejo comum. A conquista. Não falo de um número redondo. Serão exatos 202 os dias de sacrifício pelo bem de todos. Digo, todos os rubro-negros. Melhor, só os pernambucanos. Em duas semanas, meu time pode ser campeão. Se for mesmo, a partir da data da consagração, só brindarei então na passagem do ano. Decreto aqui a abstinência alcoólica até 31 de dezembro de 2008, em caso de vitória do Leão. Se não der, vou beber para esquecer. Pelo Sport nada? Tudo.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Aflição. Não se descreve com palavras. Não se escreve de fato. Não se conforma com o amor. Não se conforta com o calor. Não se desloca no tempo. Não se perde na estrada. Não se importa com o aperto. Não se esquece da dor. Não se encaixa no peito. Não se toca que passou. Não se convence de nada.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A lua hoje estava linda. No meio de um céu azul. Entre nuvens as brancas de algodão doce. Às 9h da manhã.
Incríveis são aqueles desencontros tão constantes. Bem poderiam ter sido planejados. Mas fabulosamente acontecem. Sem nenhuma explicação. Com a feqüência inusitada e traiçoeira do destino.

domingo, 25 de maio de 2008

Às cinco da matina, soluços.

sábado, 24 de maio de 2008

Quando crescer, procure se redimir. Uma criança pode ser cruel.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

cama cedo
Na contramão etérea e pela faixa da sobriedade, continua a seguir no caminho de uma nunca garantida sanidade.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O Tarot Semestral virtual(*) me falou: nos próximos meses, você não terá a menor autorização interna para ficar "viajando demais na maionese". Sua alma se direcionará para a realidade prática da existência.

Se não posso "viajar", o que vou escrever por essas bandas?

(*) Para quem nem lê horóscopo em jornal, Tarot Semestral na internet é muita vontade, heim?

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Óculos escuros. Sol ou chuva. Tanto faz. Talvez, porque eu seja sensível à claridade. Ou, quem sabe, seja a sensibilidade às cores do meu mundo. Na verdade, não importa. Eu os uso. Diariamente.
o tempo foi
não sou sua
cansei de ser
não devo mais
o meu amor
o meu querer
nem a você
nem a ninguém
o meu sofrer
não é mais seu
entenda isso
pois, só agora
não serei eu
que o chamará
mais uma vez
de meu bem

sábado, 17 de maio de 2008

Hoje, era para ser apenas um sábado tranquilo. Sem emoções. Era. Até agora há pouco, quando quase explodi o microondas.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio


(Futuros Amantes, Chico Buarque)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Meu nome hoje é Euforia.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Descobri hoje que a competência é algo muito pessoal e intransferível. E mais, o raciocínio é simples. Ou você tem, ou você não tem. Por isso, nem adianta se estressar. É bem melhor aprender a conviver com a falta dela [nos outros].

terça-feira, 13 de maio de 2008

Na 5ª série, a professora fazia questão de repetir todo o santo dia. Falava em alto e bom tom: senta direito, menina.Mas não. Ela só fazia o que queria. Sentava-se como bem entendia. E, era um jeito peculiar. As pernas estavam sempre cruzadas para cima. Quase em posição de lótus. Aliás, era assim não. Ainda costuma ser. Até hoje cedo. Quando ouviu a voz grave da dor. E, a cada pontada, ecoa um grito bastante familiar: senta direito, menina.

domingo, 11 de maio de 2008

Dia de sono, chuva e cobertor.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

O bom é desabafar sem ao menos dizer uma única palavra a você. A dor, aliás, é bem menos ingrata quando silenciosamente curtida. Certas palavras são tão reais que chegam a traiçoeiramente doer. Dor azul que cabe melhor em mim. E, por você, jamais será ouvida.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Um novo cão. O irmão de Chico. Vai se chamar Scotch.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Cada vez mais, vejo que é de coragem mesmo que se faz a vida. Sem ousar, é bem capaz do mundo ficar inerte. De deixar o vazio tomar conta de tudo. E do nada também.

domingo, 4 de maio de 2008

Amsterdam é logo ali em Paraty.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Com a chegada de mais um feriadão, vai me dando uma preguiça. Nos últimos tempos, aliás, ando cheia de preguiça. Acho que tenho uma grande preguiça da rotina. E, maior ainda, do tentar sair dela.

terça-feira, 29 de abril de 2008

'Cause he gets up in the morning,
And he goes to work at nine,
And he comes back home at five-thirty,
Gets the same train every time.
'Cause his world is built 'round punctuality,
It never fails.


(A Well Respected Man, The Kinks)
não houve lágrimas presas na garganta
pois, nada foi propriamente dito
nem palavras tolas ou juras de amor
nunca as ouviu, nenhuma delas
não de mim ou da minha boca
da mesma de onde ecoaram
os gritos roucos e sussurros loucos
em um desespero por pouco contido
não, não recordarei mais dos afagos
mas das mãos cravadas no corpo suado
fazendo da sua a minha carne viva
nas unhas carregadas do suor perfumado
da sua pele rasgada e repleta de você

domingo, 27 de abril de 2008

E, mais uma vez, surge o questionamento sobre amor verdadeiro. O sentimento que sempre vem e vai. Efêmero. Mas não. Não me convém tentar respondê-lo. O que de fato sei? As relações são demonstrações de altruísmo mútuo? Ou do mais puro egoísmo? Talvez, até diga sinceramente. Talvez, com um certo desdém.

sábado, 26 de abril de 2008

A razão de você virou luz esta noite. Clareou o meu espanto ao insistir em não entender o óbvio. O motivo do seu existir para mim. Tornou-se então modelo oposto ao receio mais presente. Você é o meu incômodo da vida tão bem acomodada. É o meu ideal.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei."


(Clarice Lispector)

* Há dias, passo parte do tempo pensando insistentemente em meus impulsos. Sempre costumo seguir em frente, mesmo quando pressinto um erro. Isso me assusta. Por coincidência, uma querida amiga me enviou por e-mail o trecho acima, que foi escrito por Clarice. Ela disse tudo. Exatamente tudo.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Escolhas, certas ou erradas, mas faça as suas.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Incompreensível. Sentia constantemente um olhar crítico de uma suposta superioridade que o julgava o tempo todo. Era, na verdade, um olhar de encantamento que congelava a expressão dela ao vê-lo. Para ambos, a única certeza era de que o encontro de seus olhares seria sempre igual.
Difícil é saber o que em mim não está derretendo.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Neste fim de feriado, estamos sós. Chove. Somos nós dois apenas. Ele está doente. Eu estou doente. E, agora, eu me pergunto: e ai? Quem vai cuidar de você, Chicão?

domingo, 20 de abril de 2008

And you're singing the songs
Thinking this is the life
And you wake up in the morning
and your head feels twice the size
Where you gonna go? Where you gonna go?
Where you gonna sleep tonight?


(This is the life, por Amy Macdonald)

sábado, 19 de abril de 2008

Referências da infância. No supermercado, falta-me um objetivo. Não gosto de ir às compras. Mas agora é preciso. Estou só. Uma hora depois, retorno. A sacola está cheia. Abarrotada de brebotos. Tem até lactobacilos vivos.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

No caminho da escola, a São Francisco era uma atração a parte. Diariamente, ela esperava ansiosa o momento em que passaria pelo casarão cinza de portões gigantes de ferro. Era lá que habitava o bicho. E, não importavam as várias paradas frustradas que ainda iriam acontecer, a curiosa menina tinha mesmo a certeza de que o veria a qualquer hora. Assim, o fascínio dela só crescia a cada dia com a imagem imaginária que fazia do grande felino. Ela tanto acreditou no encontro que o tal momento enfim chegou. Na ocasião, a pequena arregalou os olhos castanhos, sentiu as pernas bambas e prendeu a respiração por um instante. Em seguida, a reação da garota foi abrir um sorriso. Era a sua satisfação. Ela viu a fera. Isso marcou a sua infância. Desde então, ela nunca mais esqueceu aquele dia. Muito menos, a casa. Até hoje, passa pelo velho casarão de Olinda. A casa do Leão.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Quando é o chão que me convida, não faço desfeita.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Dez vez em quando, é bom colher os frutos do ser radical.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

I'm a new soul
I came to this strange world
Hoping I could learn a bit 'bout how to give and take
But since I came here, felt the joy and the fear
Finding myself making every possible mistake


(New Soul, por Yael Naïm)

domingo, 13 de abril de 2008

Não temo a solidão que me acompanha ao longo do dia. A sua presença é a minha paz vestida de silêncio. E, é em seu colo tão aconchegante que descanso o pensamento. É como uma escolha consciente dentre outras mil que guiam os passos da vida até a ausência dela. É quando se aprende a conviver bem com a própria imagem invertida. Pois, só assim é possível enxergar o todo.
Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens ficaram calados
domingo sem fim nem começo"

(Poema que aconteceu, Drummond)

sábado, 12 de abril de 2008

O pouco que sei de você é só uma idéia torta, que vai embora e volta, para ai então se transformar em sentido.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Certo dia, vou convidar você para dançar novamente. Para mais uma vez acompanhar o seu ritmo. Para sentir os pés mais juntos. Para ouvir a respiração quente. Só para escutar a mesma música.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Sleep in peace when day is done
Thats what I mean


(Feeling good, por Nina Simone)

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Há dias, envolta por uma sobriedade confortável.

sábado, 5 de abril de 2008

Dormir pouco ou não dormir nada? Hoje, não sei o que é pior.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Trinta minutos. O tempo suficiente para dizer um pouco do tudo. Ou, na verdade, o muito do nada.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Ouvi dizer que esse rapaz não faz mais poesia. Dizem que o seu cartaz não traz mais fantasia. Mas por que não falar do que ele fazia? As suas palavras melancólicas eram as minhas vazias. Perto passavam da solidão. Longe da alegria. Bem ao lado do meu sentir.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Há dias mais longos. Como o de hoje. Começou cedo. Vai passar lento. E, por tudo que precisa ser feito, sem hora para acabar.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Imaginei que o teclado era um piano. Não escrevi uma linha certa. Mas passei horas pensando. Qual é a música?
Quem me dera que todos os outros dias fossem de verdade.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Uma volta muda nada
Uma volta muda tudo
O que desejo mudo
O que desejo tarda

Ilegível, indefinido
Sem mais volta
intangível, impossível
Mas retorna

O sangue aquece
A espinha esfria
Se é assim, esquece

Se não é, desvia
A atenção padece
A vontade esvazia
Há o tempo
do silêncio



(All blues, Miles Davis e John Coltrane)

domingo, 30 de março de 2008

E a chuva cai.

sábado, 29 de março de 2008

Sábado sem sono e com a pele em chamas.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Eu sentei aqui agora para escrever qualquer coisa sobre o nada. Mas, em poucos segundos, já lembrei de algumas coisas que costumam me afastar da ausência de pensamentos e palavras. A questão, na verdade, é que há sempre algo guardado na minha cabeça. Então, hoje, na falta de sono, eu vou desabafar esse desonesto post imaginário que carrego diariamente na mente. É só um pensamento insistente. Uma idéia fixa que me persegue em todos os meus dias. Uma pendência que, no futuro, ainda será chamada de passado. Mas, no presente, não passa de um vômito atordoado e sem qualquer sentido para vocês. E, digo mais, é só um devaneio inútil. Pois, é um sentimento fugaz. Por mim, aliás, devidamente julgado e condenado. Mas falta cumprir a sentença.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Devia saber mais
Mas não sei
Devia dizer mais
Mas não digo
Devia querer mais
Mas não quero
Devia sentir mais
Mas não sinto
Devia parar mais
Mas não paro
Devia calar mais
Mas não calo
É teimosia, aliás
Tudo o que faço

terça-feira, 25 de março de 2008

Um giro malfeito e pronto. Lá está a sanidade de cabeça baixa. Dando espaço à loucura. Abraçando a instabilidade. E, deixando tudo como está. Sem ter reação. Só aguardando rodar de novo.

segunda-feira, 24 de março de 2008

It doesn’t really matter,
don’t you worry
it will all work out


(Exitlude, The Killers)

domingo, 23 de março de 2008

cai a chuva
chorando o céu
essas angústias
as minhas
as suas
levadas ao léu
lavadas no tempo
lágrimas secam
no meio da rua

quinta-feira, 20 de março de 2008

Eu tô indo é ver o mar que eu tenho menos o que fazer.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Sabe, nem tudo o que se escreve antes de deitar faz muito sentido ao acordar.
Era o inesperado. Não sabia lidar com isso.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Uma chuva pesada
A calçada molhada
Um calor abafado
No chão que fervia
A cidade ao meio-dia

domingo, 16 de março de 2008

de repente
era um azul
azul azulado
azul acinzentado
azul amarelando
azul amanhecer

sexta-feira, 14 de março de 2008

Roubaram-lhe as idéias. E isso a maltratava como nunca. Não pelo roubo em si. Pois, sabia que outras novas viriam. Mas o que lhe fazia mal era a ingenuidade. A sua própria. Ainda sim, a cada uma que lhe era levada, sofria. No fundo, sabia que as idéias não lhe pertencem. Nem a mais ninguém. O mesmo era com as pessoas. Elas são por outras apropriadas. E, ninguém é de ninguém. Assim como as suas idéias. Não são mais suas. Roubaram-lhe as idéias.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Wow, after I jumped it occurred to me life is perfect, life is the best, full of magic, beauty, opportunity... and television... and surprises, lots of surprises, yeah. And then there’s the best stuff of course, better than anything anyone ever made up, 'cause it’s real.

(Never let me go, U2)

se em alguns anos
não me apaixonar
novamente
mando avisar
decretem falência
desliguem os aparelhos
e escrevam tranqüilos
na minha legenda:
aqui jaz um coração

quarta-feira, 12 de março de 2008

Outro dia, vi você novamente. É verdade. De vez em quando, eu vejo você em outros caras. Lembra? Eu já falei isso para você uma certa vez. De novo, era um moço com o seu perfil. Um novo rapaz. Um outro qualquer. Quando isso acontece, fico aqui só pensando uma mesma coisa. É algo que fica martelando na minha cabeça. Por um bom tempo. Imagino: quantos narizes iguais ao seu eu vou precisar ver até passar uma vontade maluca que tenho de você?

terça-feira, 11 de março de 2008

- Oie. Você tem horas?
- Não uso relógio.
- Ah! Poxa...
- Tá. Vou te dar uma trégua e olhar no celular. São 21h15.
- Obrigado. Mas, diz uma coisa, você vem sempre por aqui?
- Trégua novamente. Venho sim. Sempre que eu preciso de pão.
- Ah! Legal. Eu sou carioca. Achei o Recife lindo. Mas tem gente dizendo que é perigoso. É verdade?
- É verdade.
- Mas não é como o Rio.
- Não, já é bem pior.
- Sério?
- Sério.
- Fala a verdade, é só para espantar os turistas.
- Boa idéia, não tinha pensado nisso.
- Ah! Fala sério, passei cinco dias aqui, fui para balada e não vi violência alguma. Hoje, eu volto pro Rio de Janeiro.
- É?
- É, de madrugada.
- Boa viagem então.
- Obrigado.
- De nada. Agora, tenho que ir na prateleira do leite.
- Ah! Já vai? Então, só uma última coisa. Que horas são mesmo?
- 21h23 [após meter a mão na bolsa e pegar o celular de novo].
- Valeu o papo, garota. Se for ao Rio...
- Aham...
- Tchau.
- Tchau.

Oito minutos de conversa de padaria ou breve teste de boa vontade com o guri na tentativa de um dia me tornar melhor.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Não decoro mais falas. No final, é tudo improviso mesmo.
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."

(Ausência, Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 9 de março de 2008

Hoje é domingo e o meu cérebro não quer mesmo funcionar. Só porque eu preciso muito dele. Mas ele só entende o contrário.
Um tiro. Um corpo. Uma funerária. Um cemitério. Tudo isso seria bem lógico, se houvesse qualquer ligação nisso tudo. Mas não tem. O único sentido era a morte no caminho por onde passei.


P.S - Não foi nada.

sábado, 8 de março de 2008

Cantei o vento para ver se ele me aparecia, mas não deu sinal. Algo me diz que desafinei, pois não balança uma folha na cidade.

sexta-feira, 7 de março de 2008

- E ai, beleza?
- Beleza.
- O que tem feito de bom?
- Nada, praticamente.
- Nada como?
- Nada, nada.
- Mas por que isso?
- Falta vontade.
- Sério?
- É sério, claro.
- Mas não tem vontade de nada?
- Não... ou melhor, tenho sim.
- De que então?
- De sair correndo.
- Correndo pra onde?
- Não faço idéia, mas tenho vontade.
- E, por que não faz?
- Não sei. Acho que [ainda] é preciso ficar.
- Meu Deus, e quem é que entende essa criatura?
- Ninguém.

quinta-feira, 6 de março de 2008

em campos alheios
plantavam-se ilusões
para cultivar a culpa
de uma colheita cheia
das suas decepções

quarta-feira, 5 de março de 2008

Já que não será o coração, sinto que a qualquer hora dessas o calor vai derreter o meu juízo. É só uma questão de tempo.

terça-feira, 4 de março de 2008

Your head will collapse
If there's nothing in it


(Where is my mind, Pixies)

Até o estado de tontura eram voltas e mais voltas. Corria sempre ao seu redor. Algumas dezenas de quilômetros para lugar nenhum. Nem sequer cogitaria uma parada. Pois, estava clara a lembrança. Etérea mesmo é essa vida. Ela se evapora com o passar do tempo. E, muitas vezes, nem sequer consente ir atrás do que se foi.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Com sorte, algumas tolas palavras não vão dar sustentação às ilusões alheias. Ultimamente, mal dou conta das minhas.
Naquela manhã de segunda, ao lançar o cuspe no chão da Avenida Cruz Cabugá, o motorista da caminhonete da Secretaria de Saúde da prefeitura do município de Tacaimbó (PE) nem imaginava que a saliva viraria vapor antes mesmo de chegar ao calor do asfalto.
É que o Recife anda mais quente nos últimos dias.

domingo, 2 de março de 2008

Há dias em que um pensamento extra pode ser demais.

sábado, 1 de março de 2008

One is the loneliest number
That you'll ever do
Two can be as bad as one
It's the loneliest number since the number one


(One, Aimee Mann)

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Para cozinhar o nada. Pegue o turbilhão de idéias mal acabadas. Coloque em uma panela untada com muita paciência. Ponha em seguida a cabeça em um fogo bem brando. Acrescente aquele temperamento explosivo. Espere o tempo necessário para o conteúdo começar a pipocar. Tenha bastante cuidado para não mexer muito na consciência. E, atenção redobrada para a hora certa de se desligar de tudo. Você não vai perder a consistência. Ou, muito menos, deixar queimar. [receita improvisada]

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

O dia da quarta foi repleto de referências à loucura. Primeiro, uma discussão sobre um filme. Em nova situação, surge a curiosidade:
O destino do louco é outro na porta? Ou apenas a solidão?

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Meu caro, você acaba de ser convidado a não mais comparecer em meus breves sonhos. Algumas vezes, podem me parecer reais. E, já não sei o que fazer ao dar de cara com você. Não sei mais.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Na falta de "um lugar como nosso lar", ela escanteou os velhos sapatinhos vermelhos. Adquiriu um novo par. Eram agora verdes.
When they kick out your front door
How you gonna come?


(Guns of Brixton, The Clash por Nouvelle Vague)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Boa noite. Hoje eu desejo no mínimo o dobro do sono de ontem. Além de acordar 50% menos durante a noite também. Boa noite.
Havia um tempo que sentia lentamente aquela corrosão. Não tinha a certeza do que motivava o processo. Talvez as paredes tinham se desgastado com o tempo. Provavelmente pela falta de cuidado. Ou então, era outra a verdadeira culpada. A angústia talvez. Não se sabe ao certo. Só uma coisa é verdade. Conhecia aquela dor. Uma dor assim aguda [crônica]. Não se recorda bem do começo. Mas na memória jamais esteve livre da sensação. Perfurava-lhe desde o início. Aquilo aos poucos lhe tomou conta. E por ali ficou.
Havia um tempo que sentia lentamente a corrosão. Não tinha certeza o que motivava o processo. Talvez as paredes tinham se desgastado com o tempo. Provavelmente pela falta de cuidado. Ou então, era uma angústia crônica a grande culpada. Não se sabe ao certo. Jamais se viu livre daquela sensação. Uma coisa é certa. Já não se recorda do início. Mas aquilo aquilo lhe tomou conta.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Quando fica tudo assim tão, tão, tão... tanto faz.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Para mim, encontrar o ponto certo não é nada fácil. Está insosso? Põe mais sal. Salgado demais? Água na panela. Ainda está duro? Fogo nele. Experimenta. E agora? [desandou]
De vez em quando, você só precisa de uma dose de leseira.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Havia dias que eram tão áridos e desérticos que ela daria anos de sua vida em troca de uns minutos de graça"

(Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres, Clarice Lispector)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008



(Sail to the Moon, Radiohead)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Ascoltami che oggi sera ti regalerò una luna stupenda. Troppo distinta dell'altra silente. Non ci sarà più quella luna lontana di sempre. Nascosta nel mio cielo impenetrabile. Non ci sarà mai. Nemmeno la stessa del tuo mondo immaginario [chimerico].
Saudade. Da chuva. Aliás, do banho de chuva. Daqueles tomados com uma vontade honesta. Como em uma brincadeira de criança. É. Era assim mesmo. Era sim. Na minha infância. Costumava sentir o cheiro da chuva. Do chão quente e úmido. Molhado. Sentia e logo saia de casa. Era uma verdadeira disparada. Corria para a ladeira. Descalça. No meio da rua. Não usava as sandálias. Mas a esperança. Queria beber todos os pingos d’água. Como se fosse possível matar a sede. E era tão grande a minha sede. Era tudo mais fácil. Parecia-me tão simples. Eu só queria beber a chuva.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

não corre mais
o segundo se foi
não volta atrás
e aquilo que fica
já não se desfaz

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Mais cuidado com tanta pimenta, menina. Pode ficar bem quente. Vai que assim você se sente mais viva. E, sem nem saber, acende.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Álbum do domingo:
Abbey Road, Beatles

Colocar ordem não é fácil. Após uma breve tentativa [frustrada] de me organizar, restaram apenas algumas palavras para pensar: excesso, memória e desapego. A última ainda falta praticar.
O [bom] conselho é que pare.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Cansada para derramar copos [ou palavras].
já parecia
uma dança
desengonçada
não sabe se ia
ou se ficava
mas o bêbado
então sorria
e balançava
naquele dia
no meio fio
iminente
à queda
entre a rua
e a calçada

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Se fosse só razão. Não hesitaria. Não teria um nó na garganta. Não deixaria as mãos trêmulas. Não daria tanta sede. Não tiraria o sono. Não acabaria com o sossego. Não causaria medo. Não seria uma invenção. Mas real. Simples. Se não fosse assim [ideal].

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

We wake up, we go out, smoke a fag,
Put it out, see our friends,
See the sights, feel alright


(Alright, Supergrass)



P.S - musiquinha massa que demora a sair da cabeça...
sem essa
de conversa
esquece isso
que o não dito
está prescrito
perdeu o prazo
[de validade]

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Terapeuta canina. O cachorro entrou em crise [banzo].

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Lá vem o danado do tempo
Segundos, minutos e horas
O tempo só anda correndo
Atrás de um outro momento

sábado, 9 de fevereiro de 2008

É incomum acordar assim aos sábados. A casa vazia. Vazia.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Há muitas coisas sem explicação. Ainda pensar era estranho. Nem mesmo sabia dizer o porquê. Mas queria saber. Algumas vezes, tentava listar as possíveis razões. Em outras, só deixava estar.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Quebra-cabeça com peças perdidas não se preenche.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

E se o dia tivesse 30 horas, cara de pau, ia tentar um jeitinho de pedir mais umas cinco pra viagem [só para não fazer nada].
Quarta-feira de cinzas. Ingrata? Eu diria que hoje não. E também não há nada cinza nessa quarta-feira. Aliás, está muito azulada. Como aquele mar infinito e o céu sem nuvens que acabei de ver.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Sexta-feira. É quase Carnaval. Pessoas carregam coisas. Pela manhã, Olinda é só trabalho. São os últimos momentos. Para montar a festa. Para dar alegria a uns. E esperança a outros.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Palavras cortam mesmo com as lâminas cegas.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

"O problema mesmo é domar o próprio ego", arrisca.

"Aham", concorda o outro lado no mesmo tom de sempre.

E completa: "conversamos sobre isso na próxima sessão".

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

se é ciúme?
não sei não
outra coisa?
[resignação]
Pode vir o carnaval que o estoque de sono está garantido.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

[foge louco]
o bicho solto
desgarrado
sempre revolto
desalinhado
carrega um medo
desesperado
de sufocar

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

céu encoberto
é aviso prévio
de tempo ruim
* colcha * de retalhos * de costuras * tortas * em versos * livres * as palavras * soltas * repartidas * sem ordem * desorganizadas * de sentido * foscas * insistentes * o reflexo * ausente * o meu * o seu * um segundo eu * justamente * o oposto * o substituto * ideal * tão perfeitamente * imperfeito * até perder * a linha *

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Não berro mais porque perdi a voz. Ou acho que já enlouqueci. Falta a sanidade para não chamá-lo aqui. E para não dizer que hoje é dia de lua plena. Mas, na verdade, repleta está a minha cachola. Dos tantos tormentos. Cheia de tolices. Abarrotada de bobagens. Completa pela única lembrança. Ou pela falta dela?
Not easy.
Not ready.
Not yet.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Não tente agradar o mundo. Mas, se assim desejar, um conselho. Comece logo. Vai lá. Rápido. Já foi? Se não, tô por aqui ainda.

domingo, 20 de janeiro de 2008

conversa
desconversa
e ao lembrar
da pressa
vê o momento
de parar
e até cessa
o tempo

sábado, 19 de janeiro de 2008




Hoje é dia de Glória

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Quem conduz o estandarte, não espera que o bloco passe. Segue desfilando feliz. Alheio ao tempo, espera sorrindo o raiar do novo dia. Antes do despertar, antes mesmo que o sonho acabe.
Onde está mesmo o pavio do circo?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

quando vier
o carnaval
vai se vestir
de sorrisos
e desdenhar
com alegria
da fugacidade
do momento
de fantasia
passageira
e felicidade
[tão etérea]

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

não cale a dor
deixe-a berrar
que se é amor
enquanto for
é de gritar
é de doer
é de sangrar
[até morrer]

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Ninguém foge ao cheiro sujo
Da lama da Manguetown


(Manguetown, Chico Science e Nação Zumbi)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

vende-se sonhos
todos os tamanhos
diversas parcelas
todas financiadas
pelo presente ego

domingo, 13 de janeiro de 2008

dia bom
de cheiro
é tempero
na cozinha

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

após o dia
uma noite
me acolhe
me embala
me espalha
me conforta
e me recolhe
para o depois
um outro dia
[o amanhã]


(You know I'm no good, Amy Winehouse)
Passou.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Minha cabeça não cabe em mim de tanta dor [enxaqueca maldita].
Nos últimos dias, ficou comum escutar os caboclos rurais passando pela minha porta. Acabei de ouvir. É só o sinal do que está por vir. Em breve, novos sons do Carnaval. Olinda, quero cantar...

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Isso é a cara dela. Quando ninguém espera, é assim de trela. De vez em quando, faz traquinagem. As travessuras das horas vagas.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

[a virose]
dói o corpo
dói a mente
dói a alma

domingo, 6 de janeiro de 2008

Não sabe andar sozinho. E, ainda não consegue falar com clareza. Mesmo assim, acaba de completar um aninho, o danado [do blog].

sábado, 5 de janeiro de 2008

E, como em todos os anos, é a hora da fantasia.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

vou acabar sim
com sua pressa
para sair assim
[talvez ilesa]
dessa mesmice
dessa conversa
do mesmo lugar
Por favor, uma coca gelada e uma cápsula de disposição.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

É assim. Antes de tudo, ele vem. O Carnaval.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

O bom da contagem regressiva é poder zerar.