Uma volta muda nada
Uma volta muda tudo
O que desejo mudo
O que desejo tarda
Ilegível, indefinido
Sem mais volta
intangível, impossível
Mas retorna
O sangue aquece
A espinha esfria
Se é assim, esquece
Se não é, desvia
A atenção padece
A vontade esvazia
domingo, 30 de março de 2008
sábado, 29 de março de 2008
sexta-feira, 28 de março de 2008
Eu sentei aqui agora para escrever qualquer coisa sobre o nada. Mas, em poucos segundos, já lembrei de algumas coisas que costumam me afastar da ausência de pensamentos e palavras. A questão, na verdade, é que há sempre algo guardado na minha cabeça. Então, hoje, na falta de sono, eu vou desabafar esse desonesto post imaginário que carrego diariamente na mente. É só um pensamento insistente. Uma idéia fixa que me persegue em todos os meus dias. Uma pendência que, no futuro, ainda será chamada de passado. Mas, no presente, não passa de um vômito atordoado e sem qualquer sentido para vocês. E, digo mais, é só um devaneio inútil. Pois, é um sentimento fugaz. Por mim, aliás, devidamente julgado e condenado. Mas falta cumprir a sentença.
quarta-feira, 26 de março de 2008
terça-feira, 25 de março de 2008
segunda-feira, 24 de março de 2008
domingo, 23 de março de 2008
quinta-feira, 20 de março de 2008
quarta-feira, 19 de março de 2008
segunda-feira, 17 de março de 2008
domingo, 16 de março de 2008
sexta-feira, 14 de março de 2008
Roubaram-lhe as idéias. E isso a maltratava como nunca. Não pelo roubo em si. Pois, sabia que outras novas viriam. Mas o que lhe fazia mal era a ingenuidade. A sua própria. Ainda sim, a cada uma que lhe era levada, sofria. No fundo, sabia que as idéias não lhe pertencem. Nem a mais ninguém. O mesmo era com as pessoas. Elas são por outras apropriadas. E, ninguém é de ninguém. Assim como as suas idéias. Não são mais suas. Roubaram-lhe as idéias.
quinta-feira, 13 de março de 2008
quarta-feira, 12 de março de 2008
Outro dia, vi você novamente. É verdade. De vez em quando, eu vejo você em outros caras. Lembra? Eu já falei isso para você uma certa vez. De novo, era um moço com o seu perfil. Um novo rapaz. Um outro qualquer. Quando isso acontece, fico aqui só pensando uma mesma coisa. É algo que fica martelando na minha cabeça. Por um bom tempo. Imagino: quantos narizes iguais ao seu eu vou precisar ver até passar uma vontade maluca que tenho de você?
terça-feira, 11 de março de 2008
- Oie. Você tem horas?
- Não uso relógio.
- Ah! Poxa...
- Tá. Vou te dar uma trégua e olhar no celular. São 21h15.
- Obrigado. Mas, diz uma coisa, você vem sempre por aqui?
- Trégua novamente. Venho sim. Sempre que eu preciso de pão.
- Ah! Legal. Eu sou carioca. Achei o Recife lindo. Mas tem gente dizendo que é perigoso. É verdade?
- É verdade.
- Mas não é como o Rio.
- Não, já é bem pior.
- Sério?
- Sério.
- Fala a verdade, é só para espantar os turistas.
- Boa idéia, não tinha pensado nisso.
- Ah! Fala sério, passei cinco dias aqui, fui para balada e não vi violência alguma. Hoje, eu volto pro Rio de Janeiro.
- É?
- É, de madrugada.
- Boa viagem então.
- Obrigado.
- De nada. Agora, tenho que ir na prateleira do leite.
- Ah! Já vai? Então, só uma última coisa. Que horas são mesmo?
- 21h23 [após meter a mão na bolsa e pegar o celular de novo].
- Valeu o papo, garota. Se for ao Rio...
- Aham...
- Tchau.
- Tchau.
Oito minutos de conversa de padaria ou breve teste de boa vontade com o guri na tentativa de um dia me tornar melhor.
- Não uso relógio.
- Ah! Poxa...
- Tá. Vou te dar uma trégua e olhar no celular. São 21h15.
- Obrigado. Mas, diz uma coisa, você vem sempre por aqui?
- Trégua novamente. Venho sim. Sempre que eu preciso de pão.
- Ah! Legal. Eu sou carioca. Achei o Recife lindo. Mas tem gente dizendo que é perigoso. É verdade?
- É verdade.
- Mas não é como o Rio.
- Não, já é bem pior.
- Sério?
- Sério.
- Fala a verdade, é só para espantar os turistas.
- Boa idéia, não tinha pensado nisso.
- Ah! Fala sério, passei cinco dias aqui, fui para balada e não vi violência alguma. Hoje, eu volto pro Rio de Janeiro.
- É?
- É, de madrugada.
- Boa viagem então.
- Obrigado.
- De nada. Agora, tenho que ir na prateleira do leite.
- Ah! Já vai? Então, só uma última coisa. Que horas são mesmo?
- 21h23 [após meter a mão na bolsa e pegar o celular de novo].
- Valeu o papo, garota. Se for ao Rio...
- Aham...
- Tchau.
- Tchau.
Oito minutos de conversa de padaria ou breve teste de boa vontade com o guri na tentativa de um dia me tornar melhor.
segunda-feira, 10 de março de 2008
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."
(Ausência, Carlos Drummond de Andrade)
domingo, 9 de março de 2008
sábado, 8 de março de 2008
sexta-feira, 7 de março de 2008
- E ai, beleza?
- Beleza.
- O que tem feito de bom?
- Nada, praticamente.
- Nada como?
- Nada, nada.
- Mas por que isso?
- Falta vontade.
- Sério?
- É sério, claro.
- Mas não tem vontade de nada?
- Não... ou melhor, tenho sim.
- De que então?
- De sair correndo.
- Correndo pra onde?
- Não faço idéia, mas tenho vontade.
- E, por que não faz?
- Não sei. Acho que [ainda] é preciso ficar.
- Meu Deus, e quem é que entende essa criatura?
- Ninguém.
- Beleza.
- O que tem feito de bom?
- Nada, praticamente.
- Nada como?
- Nada, nada.
- Mas por que isso?
- Falta vontade.
- Sério?
- É sério, claro.
- Mas não tem vontade de nada?
- Não... ou melhor, tenho sim.
- De que então?
- De sair correndo.
- Correndo pra onde?
- Não faço idéia, mas tenho vontade.
- E, por que não faz?
- Não sei. Acho que [ainda] é preciso ficar.
- Meu Deus, e quem é que entende essa criatura?
- Ninguém.
quinta-feira, 6 de março de 2008
quarta-feira, 5 de março de 2008
terça-feira, 4 de março de 2008
Até o estado de tontura eram voltas e mais voltas. Corria sempre ao seu redor. Algumas dezenas de quilômetros para lugar nenhum. Nem sequer cogitaria uma parada. Pois, estava clara a lembrança. Etérea mesmo é essa vida. Ela se evapora com o passar do tempo. E, muitas vezes, nem sequer consente ir atrás do que se foi.
segunda-feira, 3 de março de 2008
Naquela manhã de segunda, ao lançar o cuspe no chão da Avenida Cruz Cabugá, o motorista da caminhonete da Secretaria de Saúde da prefeitura do município de Tacaimbó (PE) nem imaginava que a saliva viraria vapor antes mesmo de chegar ao calor do asfalto.
É que o Recife anda mais quente nos últimos dias.
É que o Recife anda mais quente nos últimos dias.
domingo, 2 de março de 2008
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