quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Há dias, um ruído a perturbava. Um som insistente que a distanciava dos demais. Parecia até que um grito constante estava abrigado nela. Morava nela. Era violento. Ensurdecedor. Tão intenso que agora já não escutava nada. Nada mais. Nem ninguém. Era o silêncio. Abateu-se. Optou pela lucidez. Desistiu da euforia. Agora, não vive mais por ai. Nunca mais ébria por ai. Esconde-se na contenção do ser. Está morta. Quase seca. Aqui jaz uma vida intensa e etérea. De tanto resistir, ela sucumbiu. Dizem que, ainda jovem, morreu de tédio.

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