domingo, 12 de agosto de 2007

Sobre o lençol de algodão. Velho. Usado. De estimação. Um dia comum. Ordinário. Sofreu um dano o lençol. Havia um furo. E, naquele dia, bastou esse precedente. O furo. A partir daí, o acontecimento foi previsto. E inevitável. O destino do lençol de algodão. Aquele velho, usado e de estimação. Partiu-se. Lentamente. Em dois. Enquanto rasgava, houve dor. E uma tentativa de conter a separação. Foi inútil. Em vão. Ele iria partir. Ainda assim. Então, acabou. Fim do processo. Deixou de ser. Simplesmente. Não existia mais como antes. Não como uma unidade. Agora, havia as duas partes. Uma que me cobre [e me cabe]. Outra não. Em algum momento, houve uma escolha. A segunda parte já não me servia. Não mais. Não como um dia. Agora, sou por apenas uma das partes. Do lençol de algodão.

7 comentários:

Felipe disse...

Você e o lençol me lembram uma coisa: "Quero morrrrerrrrrr!!!"

Milena disse...

Desde então, eu fiquei tão evoluída nesse sentido!!! =)

Beijos!

Anônimo disse...

Eu só acho que esse lençol está procurando quem o caiba!

hehehehe

Bjo-linda-ótimo-txt!

Anônimo disse...

Profundo!

Tita disse...

esses, mesmo os furados..são tão mais difíceis de desapegar...

Milena disse...

Anita, amiga, eu acho que o desapego é uma grande virtude... E eu que queria ter mais desapego...

Paul, querido, a outra metade deve estar procurando sim, se já não encontrou, né?

Beijos!!!

Anônimo disse...

(pensando, pensando)
Me sinto um lençol furado às vezes.Ou rasgado também.
Bjos