terça-feira, 12 de junho de 2007

Se não encontro ao menos lucidez
Nos pensamentos do momento vago
Poderia ousar intuir o estrago
E aceitaria abrigo na escassez

Mas nada compensa a insensatez
Da solidão ou a ausência do afago
Daquela boca vem o beijo amargo
E, do seu sorrir, uma falsa timidez

Já acostumado a cultivar a dor
Pois, meu peito vermelho se debate
Do mal feito, resto eu, devedor

Com órgão ferido que insiste e bate
Não poderá sequer sentir o amor
Sem jorrar esse líquido escarlate

Um comentário:

Felipe disse...

Naõ conhecia, definitivamente, sua veia poética. Ela é forte.