Se não encontro ao menos lucidez
Nos pensamentos do momento vago
Poderia ousar intuir o estrago
E aceitaria abrigo na escassez
Mas nada compensa a insensatez
Da solidão ou a ausência do afago
Daquela boca vem o beijo amargo
E, do seu sorrir, uma falsa timidez
Já acostumado a cultivar a dor
Pois, meu peito vermelho se debate
Do mal feito, resto eu, devedor
Com órgão ferido que insiste e bate
Não poderá sequer sentir o amor
Sem jorrar esse líquido escarlate
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Um comentário:
Naõ conhecia, definitivamente, sua veia poética. Ela é forte.
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