A solidão e sua porta
(Carlos Pena Filho)
Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar,
(nem o torpor do sono que se espalha).
Quando pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha
a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida
com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.
Pena - Vídeo (23 minutos)
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6 comentários:
Mas que coisa mais triste, mocinha azul!Vou ver se tenho coragem de olhoar o vídeo, deu até calafrios.:P
Engraçado, querida, ganhei justamente o soneto no passado quando estava muito triste... E a pessoa teve a intenção de me dar esperança, de me sugerir força dentro daquela realidade.. Poesia é assim mesmo! Interpretações!
=)
Beijos!
Adorei a reportagem...
O soneto é lindo.
Li-o com especial atenção, pois de certa forma enquadra-se no espírito de alma que actualmente atravesso.
Acho que o vou publicar no meu blog.
Beijinho.
Bom que gostou! Legal que publique no blog... Tenho outra indicação dele:
Soneto do Desmantelo Azul
Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori, as minhas mãos e as tuas.
Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.
E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.
E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.
Carlos Pena Filho
Esse do azul eu AMEI!
"lembra-te que afinal te resta a vida
...
com tudo que é insolvente e provisório"
O vídeo, maravilhoso.
O soneto, igualmente.
Show de bola, guria!
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