quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

relicário de palavras
indiretas [incertas]
que pouco dizem
a verdade
mas camuflam
certamente
os sentimentos
de quem se leva
de quem se esconde
de quem não sabe nada
nem mesmo onde
nem como dói
só que dói
enquanto aguarda
ansiosamente
o tempo passar


(Breathe, Pink Floyd)

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

A sinceridade tem os seus dois lados. Às vezes, um deles vence. São danos e glórias. Geralmente, inevitáveis.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

O fim de ano deixa as pessoas mais emotivas [e impacientes].
Deseja dormir
Todo o cansaço
Mas o esforço
É bem maior

domingo, 23 de dezembro de 2007

A última lua. Quase nua. Cheia. Completa [de um ano].

sábado, 22 de dezembro de 2007

Ei, bossa [você]. Fuma logo o cigarro. E sai da minha cabeça.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Sono rasgado [triturado].

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

I can't even remember what it was
I came here to get away from


(Not Dark Yet, Bob Dylan)

labirinto
de idéias
imagens
dúvidas
[e sons]
são voltas
e voltas
perdidas
sem saída
ou direção

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A multidão. Gente. Pessoas. Crianças. Cachorro. Gato. Papagaio. Ansiedade e impaciência. Encontros e ausências. Beijos e abraços. Risos e lágrimas. Vôo internacional. Desembarque. Em dezembro. Espera. Tédio. E uma insensibilidade a tudo isso [ao meu redor].
E a menina gostava de observar os pássaros. Costumava só olhar. Pois, não os queria. Não em suas mãos. Era o melhor. Assim, ela podia vê-los voar. Quase sempre. Bem alto.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Ao esperar ansiosamente pela resposta, cuidado. Por favor, tenha cautela. Não tropece na linha tênue entre o sim e o não. Pois, se o fizer, viverá a longa agonia do talvez. E isso, não recomendo.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Insônia é contar as poucas horas de sono da semana [nas mãos].

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

E eu voltei da rua pensando em um post. Nem mesmo sabia o que escrever. As vezes, é difícil pensar nisso. Em posts. Em blogs. E é impossível imaginar algo que se aproveite. Mas o difícil mesmo é voltar pra casa. O melhor, inteira. Mas voltei sim. E aqui estou.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão


(Você abusou, Antônio Carlos e Jocafi)

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Primeiro, esqueça as coisas tolas. O resto fica para depois.
Se fosse mesmo tão legal, não quebraria o disco. Aquele daquela cantora. Justamente o da tal música. É, aquela que me faz sempre lembrar. E, sendo assim tão bacana, por acaso me esqueceria?

domingo, 9 de dezembro de 2007

não
quero
o peso
do mundo
ou peso
algum
aliás
Dezembro tem um cheiro familiar. E um gostinho de celeuma.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

não se canse
das palavras
das pessoas
de uma vida
à toa
só descanse
na verdade
esse pouco
[de você]
Bastava ser um pouco paciente. Assim, tudo seria bem mais fácil. Exatamente tudo. A compreensão das coisas. A espera do retorno. O desfecho da questão. Absolutamente tudo. Mas não. Vai e põe o carro na frente de tudo. Tudo. E, depois, segura a onda.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

The weather vane will say
It smells like rain today


(Green Grass, Tom Waits)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Chocolate? Ou doce de leite? Difícil escolha. Uma bola. Um sabor. [Em todo caso, será que eu poderia experimentar os dois?]

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Se é por medo do escuro, deixo a luz da lua acesa.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Insistentemente a dor volta a maltratar o meu juízo.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Eminente. Brilhante. Esplendorosa. A meia lua hoje [sublime].

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

E se me achar esquisita,
respeite também.
Até eu fui obrigada a me respeitar"

(Clarice Lispector)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

E quando a idéia acaba, a gente apaga ou guarda na memória?

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Menininha
Bonita
Querida
Dos olhinhos
Miudinhos
Azuis
Ela é assim
Difícil
[a vida]
E ainda sim
Tão linda

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Esta cidade tem poesia.

sábado, 24 de novembro de 2007

Mala pronta. Vou embora. Tenho hora. Vou voltar. De outras bandas venho agora. De outros cantos trago história. E uma certeza. Quando longe penso: "ora, meu lugar é meu lugar".
Se houvesse resposta para a pergunta mais urgente, não haveria tantos questionamentos. Mas duvidar é mesmo a minha essência. Questionar é o meu principal desespero. E entender a minha maior dificuldade. Então, melhor mesmo é não perguntar. Para não ter dúvidas sobre exatamente nada. Ou eu diria que não? Não sei.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Quando bate a vontade absurda do seu lugar.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

E o meu coração segue em aflição por uma dor amiga.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Bate logo esta porta. O frio me incomoda. O vento me arrepia a espinha. O gelo me esfria a alma. Fecha logo a porta. Não deixa nenhuma brecha. Não quero e não vou mantê-la assim [aberta]. Lá fora é inseguro. Lá fora está escuro. E eu já não quero mais.
Na revolta vi a paz. Sentei-me ao lado. Ensaiei algum protesto. Mas não. Fiquei calada. Da agonia presente tenho o momento. Único. Passageiro. E também o silêncio. É sempre ele o mesmo. Mesmo assim quando grita. Sem objetivo. Ou qualquer direção.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Poderia voar. Voar sem razão. Sem pressão. Sem sentido. Só voar.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Am i a part of the cure or
am i a part of the disease?


(Clocks, Coldplay)

domingo, 18 de novembro de 2007

Ao tropeçar na doçura, aquele desvio súbito. Com um medo inexplicável, atravessa a rua. Deixa para trás o desconhecido. Ou que já não lembrava mais. Segue com o sabor amargo e intenso dos pensamentos incompletos. Para se sentir segura.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Entre a delicadeza e a força, existe a dúvida [e o desejo].

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Um caminho. Uma meta. 1100 km. 10 horas. Insana.

P.S - Quando superar a própria meta é loucura.

sábado, 10 de novembro de 2007

Importante é o desconhecer para o simples encantar.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

1100 km de um céu colorido. Azul. Nuvens brancas. Tarde cinza. Pôr-do-sol. Laranja. Rosado. Noite clara. O horizonte já anuncia. A madrugada de chuva. Tempestade. Vento. Raios. A adrenalina. O medo. E uma grande festa no céu. Um verdadeiro espetáculo.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Arriba, abajo, al centro y p'adentro. [¿Que pasa?]

P.S - a Tequila faz você perder todas as fotos sem se importar.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

As palavras dele. Todas dela. E a rouquidão me silencia.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O vento frio. O mar gelado. E uma distância enorme.

domingo, 4 de novembro de 2007

Pois ela, a cada dia, mais se sentia insana no mundo. Achava sempre que poderia ignorar certas vozes. Buscava o seu caminho. Queria mesmo se encontrar perdida. Só para mais uma vez se procurar.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Ahora me voy de vacaciones.

(As doses continuam, mas provavelmente mais esparsas)
E o dia dos mortos tem um calor de derreter o cérebro.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

E esse peixe
De água doce
Caiu na rede
Do pescador
No Capibaribe

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

E quando o povo dizia
Seria oito ou oitenta
No fundo bem sabia
O que só podia ser
Era sempre exagerada
Se sentia confortada
De viver pelo extremo
Menina, mulher e peixe
Criatura iluminada [de arte]

(Conheça o Desmantelo Blue)
Enquanto poetas fazem poesia, tropeço nela. E sigo bem.
Era assim que deitava
Quase sempre encolhida
[ou seria enroscada]
Para abraçar o sono
E receber seus sonhos
No breve leito alheio

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Só um favor. Da próxima. Não tenta entender. Isso é o melhor que pode fazer [por você]. Permitir-se não compreender aquilo que não é de se explicar. Nem tem cabimento. Mas é assim mesmo. Só sentimento. É de aceitar, ainda sim. Por isso, um favor. Vê se não pensa. E nem questiona. Entra logo. De vez. Assim sem bater.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

E se não é para falar de saudade? O que se pode dizer? Como um reflexo, vou engolir todas as palavras com fome [de emoção]. Só para não precisar me expressar mais. Mais nada.

domingo, 28 de outubro de 2007

Uma conversa boa e fiada. Tão somente. Sem pretensão do nada. Do resto, aliás, eu desisto. Ou será que eu apenas acho [isso]?

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Um encontro marcado [com o mar].
Quintessenciada. Distraída. A lágrima não sabe onde pisa. Nem vê onde cai. Mas sempre desaba assim [carregada]. Na mesma face de menina [perdida]. Em uma lua tão cheia de promessas [vagas].

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

assim só
eu já sinto
o seu cheiro
é tão familiar
para me perder
em imaginação

quarta-feira, 24 de outubro de 2007


acordou inebriada
com a mesma essência
e um sorriso nos lábios
com o sabor diferente
de açúcar mascavo

(Arte de Dani Acioli)

terça-feira, 23 de outubro de 2007

[pra mim]
era o nada
eu não sabia
o que é o tudo
o que é o beijo
o que é saudade
o que é maldade
o que é desejo
o que é a dor
ou é o pouco
ou é o resto
ou o mesmo
[de mim]
orelha direita
agulhas [muitas]
todos os furos
contra a dor

Does it make any sense?

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Em uma tarde qualquer com aquele cheiro de poeira batida, bom é sentir os pés no chão. Arrastá-los até o quintal alheio. E, de forma discreta, recolher letrinhas do varal. Desejo mesmo é usar somente isso. Assim, vou sair por ai descalça. Sentir-me invisível. Andar na rua só com as palavras certas pelo corpo. Bem vestida de poesia.
Mente completamente volátil de demandas temporais com grande probabilidade de obsolescência. Isso tudo devido a uma constante inovação. Ou seja, não dá mais para estocar tanta besteira nessa minha cabeça. Já é hora de reduzir a produção descontrolada dos pensamentos inúteis. Quase sempre guardados na caixolinha aqui.

[um rabisco bem inútil enquanto estudo gestão da produção]

domingo, 21 de outubro de 2007

quase sem querer
o já inevitável
abandono maduro
            [do fruto]
da idéia errada
da escolha exata
daquela teimosia
que bem queria
            [sempre]
ser tão insistente
na eterna bobagem
de desejar você
só para esquecer
             [de mim]
a cada momento
a cada contato
a cada encontro
             [em vão]
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor"


(Manuel Bandeira, Arte de Amar)
<

sábado, 20 de outubro de 2007

Sábado para deixar todas as mazelas dentro do mar.
Diante do acaso e do caos, o nascer do sol compensa tudo.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Ter muitas razões para pedir desculpas ou pedir desculpas sem achar razões para ser desculpada? Não sei bem o que é pior.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Cansei de bancar a mulher moderna. Não quero mais tomar frente de porra nenhuma. Muito menos batida de carro [sozinha]. Já não vou mais ser a bem resolvida. Assumo que sou uma farsa. E dai?
A partir de agora, voltei a ser mulherzinha. E tenho dito.
Por vezes, eu me sinto um verdadeiro quarto de criança com o chão completamente desarrumado. Acho que sou mesmo é um brinquedo com peças que foram espalhadas para os todos lados. Daquelas que dão preguiça absurda de juntar. Tantos são os encaixes e desencaixes. Possibilidades quase infinitas. Às vezes, parece ser bem maleável. Outras, nem tanto. Mas é justamente em dias assim que penso se é possível botar ordem nisso tudo. Reunir essa tralha para colocar cada pecinha em seu devido lugar. No fundo, eu imagino mesmo é se não há uma peça perdida por ai. Uma peça essencial esquecida no tempo [ou embaixo do tapete].

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Blame it on the black star
Blame it on the falling sky
Blame it on the satellite
that beams me home


(Black Star, Radiohead)

Deixaria-se roubar daquela vez. Não sentiria medo algum. Porque, na verdade, tinha uma necessidade urgente de perder o controle. E, além de tudo, considerava-se distante demais das almas boas. Então, certas vezes, desejava ultrapassar aquilo. Caso contrário, seria uma pessoa condenada a viver sempre do mesmo lado. Mas assim não. Era a sua chance de ver como vivem as pobres almas. Todas violentadas. Era o momento de atuar em um outro papel. Lamentar-se. Era agora a vítima. Sim, era hora de ser a vítima da decisão alheia. Sabia que ao perder as rédeas abdicaria do seu destino para que outros o conduzissem. Antes, acreditava que tudo estava sempre firme em suas mãos. Mas só até aquele dia. O dia em que se faria assaltar para não morrer de culpa e tédio.

[conclusões insanas, durante sessão produtiva de análise]

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Tem o gosto
de infância vivida
de mão atrevida
de criança sabida
de mãe distraída
de bronca merecida
A colher de pau
do meu brigadeiro

(janeiro de 2006)
lunar que sou não temo o breu
mas a fresta que dá contorno
do seu perfil [boca e nariz]
a pele gelada que me arrepia
não só a espinha como a alma
leva o sossego desconhecido
pra bem longe do meu lugar

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

faz de conta
tão somente
me bastaria
se já assim
fosse o sexo
sem rótulos
embalados
por alguém

domingo, 14 de outubro de 2007

Trouble in mind, I'm blue
But I won't be blue always


(Richard M. Jones, 1927)

Das palavras farei o breve beijo que devia. Mas, naquela agonia, sempre esquecia de dar. E, acredite você, eu bem queria ser mais atenta. Mas nunca fui. Agora, invento. Sei nada de você, nem do tempo. Já do erro, até sei. Eu tento. Mas é sempre o mesmo.

sábado, 13 de outubro de 2007

Procura-se uma mente nova. Que tenha tranqüilidade para ser. Paciência de viver. Concentração para ler. Facilidade de ouvir. Consciência para agir. Liberdade de sorrir. Sanidade para sofrer.
E, principalmente, emoção de existir.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Quando criança, não pensava tanto. Pensar era tão chato.
Foi dormir com o mal-estar. Esperava que passasse. Acordou pior. Então, já era. Hora de deixar a frustração ir embora. Para longe.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Às vezes, ficar bobinha [simplesmente] já é um bem danado.
Do mundo o tabuleiro. De nós as peças. Do passado, presente e futuro as suas jogadas. E, na próxima rodada, quem sabe aprende. Com ou sem as apostas da vida. É o tempo o melhor jogador.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

[Quero] Liberdade para desligar o futuro.
Ao completar sessenta, fitou a filha [adulta]. Mas viu a garotinha. E, sorrindo, disse: - Tão bonita está a minha menina de vestidinho.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Bem mais. É a sua idéia que me fascina. A sua graça. A sua bossa. Até diria aquela farsa. Muito menos, talvez. Mas, assim mesmo, é.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Pois, nela jazia o próprio eco. E, o seu maior desespero era gritar com toda a força possível e não conseguir ouvir a sua voz. Isso porque havia bem mais que empenho naquele grito. Havia também as veias que pulavam na garganta, uma face encarnada, as palpitações aceleradas e uma visão bastante desorientada. Todos os sintomas, contudo, não seriam suficientes. Por mais inflamada de medo. Por maior que fosse a exaltação. Em cólera. Não poderia jamais produzir qualquer tipo de som. Nunca. Todo o esforço teria sempre um único resultado. O mesmo. Era o silêncio. Cada vez mais presente. Em sonhos regularmente mudos.

domingo, 7 de outubro de 2007

Daquela janela só se via o mar. Não havia nada além. Aliás, havia. Havia o belo infinito. Do lugar se via o tudo. Inclusive o além-mar.

sábado, 6 de outubro de 2007

Os impulsos se fingem de bobos antes de começar a brincadeira.
Vai lá e derrama na taça a vida antes de degustá-la.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Ouvia o silêncio. Mas a noite estava inquieta. Pegou o copo. Pôs apenas duas pedras de gelo. Era o costume. Segurava a garrafa bem firme. Não adiantava. O homem tinha as mãos trêmulas. Era um impaciente. Sempre derramava parte do líquido para fora do recipiente. Era o mesmo ritual. Isso o fazia responsável pelo som noturno que ouvia. Lembrou o quanto estava só. Era tão sozinho o tal infeliz que poderia ouvir o eco em sua alma. E, na ausência de um par, sentia aquela perturbação tola. Mas não muita. Lembrou que isso o tornava um ser humano. Igual a todos os outros tolos. Por isso, podia parar de pensar um pouco naquele momento. Ele precisava beber cada gole bem devagar. Queria é sentir o queimar da bebida na sua goela seca. A garganta já era viciada no ardor do álcool. Era essa a sua penitência. E, assim seria, diariamente.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Demorei muito a entender. Mas de fato compreendi. O teu desejo não me diz respeito. Aliás, não me diz nada. O nada além do óbvio. E o óbvio, meu bem, não precisa ser dito.
Maldita palavra "quase"
É de corroer estômagos
A consumidora das almas
E das mentes [ansiosas]

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Água morna me dá náuseas. [Vida morna me dá medo]

terça-feira, 2 de outubro de 2007

As palavras invadiram o sono
Sonhei que te pedia um trago
Esse desejo rimou com estrago
E eu nem sei mais dizer porque

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira".


(Poesia, Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 30 de setembro de 2007

Azul. Eu bem ousei ao te inventar. Uma agonia que nunca desejei. É o próprio sufocar da emoção [imaginária]. Mas a verdade é que existe sempre o limite. O momento exato de reinventar a história. Criar o tempo de esquecer. E já é a hora de apagar por completo. Fazer ausente. Expulsar. Colocar para fora [da minha memória].

Sem flores
Ou frutos
Arbustos
Ou ervas
    [daninhas]
Há sempre
Sementes
No quintal

sábado, 29 de setembro de 2007

O acaso faz o meu erro tão similar ao seu acerto.
Aqui, nesta terra, o sol costuma me chamar quase sempre. E a danada da lua, que é tão vaidosa, morre de ciúmes. Vai e me aparece de vez em quando. Do jeito que bem entende. Só para exigir a minha atenção. Mas hoje é diferente. A lua foi ignorada. Sou pelo sol. Mesmo que seja assim. Passageiro.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

em dias mais eufóricos,
durante momentos assim,
eu costumo me lembrar:
ô, curioso ser humano.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Well there's nothing to lose
And there's nothing to prove
I'll be dancing with myself


(Do Billy Idol, em versão de Nouvelle Vague)

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

E agora, o que será?
O vovô daqui pra frente
Vai contar a todo mundo
Uma história diferente
Da tal Dona Baratinha
Com as fitas no cabelo
E o dinheiro na caixinha
Malcriada que só ela
Bateu o pé de pirraça
E alterou toda a graça
Já não quer mais casar

terça-feira, 25 de setembro de 2007

No caminho da cidade
São carroças incontáveis
Muitas delas com crianças
São pequeninos nas ruas
                  [galopando]
É a cidade que eu vejo
Há carroças no caminho
Tantas delas têm infância
Bem no meio do Recife
Sai da minha cabeça [pensamento] que eu preciso de paz.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Qualquer hora eu vou dar um tempo e parar de enlouquecer. Disseram outro dia que devo fazer exercícios mais regulares. Então, por que não começar a exercitar a sanidade? A minha.
Vai ser, no mínimo, interessante... [ou um verdadeiro tédio]

domingo, 23 de setembro de 2007

Assim é Olinda! Um bom imprevisto em pleno domingo de setembro. Ouço o frevo e corro para a rua. E o bloco vai passando por mim. Os Lenhadores* descem a ladeira com três dúzias de bons foliões. 100 ANOS. Isso sim. Eu posso chamar de Carnaval fora de época.

*CLUBE CARNAVALESCO MISTO LENHADORES - Fundada em 17 de setembro 1907, é uma das mais antigas agremiações da cidade.

sábado, 22 de setembro de 2007

Sábado-feira de rua. Manhã vadia. O bom dia tem o verde. E uma sede do cheiro forte. O tempero. O sangue. As cores das frutas. As amoras e os amores. Das flores, uma água escoada ao longe. Escorrendo, calada, as dores podres. A minha e a sua. Ou nossas. Inventadas. Presentes. Insistentes. Na semana passada.
À noite, insiste em acompanhar o foco. Ao meu lado, é o reflexo descolorido do eu seguro. É meticulosa. Sempre atiça. Descobre, silenciosa, o melhor caminho. Retrocede. É o meu ser ao avesso. Sem ternura. Obscura. Quando ausente, insistentemente, assusta. Absoluta. Procura um rumo. Fria. Quer mesmo é devorar resquícios de consciência. Para sempre me perseguir pela vida. [a sombra]

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A solidão e sua porta
            (Carlos Pena Filho)

Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar,
(nem o torpor do sono que se espalha).

Quando pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha

a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida

com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.

Pena - Vídeo (23 minutos)

Parte 01 - Parte 02 - Parte 03 - Parte 04

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Alimenta a perturbação e bebe algumas doses [de desassossego].

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

uma meia lua
   me divide
sou agora
   duas partes
uma delas quer
    que eu grite
já a outra
   nem reage

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Pouco importa se é pequena. O que procura mesmo é manter sempre os pés bem próximos ao chão. Experimentou, certa vez, usar saltos. Uma ousadia tamanha que foi direto à lona. Aprendeu assim a calçar as tais rasteiras. Tentativa de evitar novas quedas. Pouco importa se não está à altura dele. Perto dela, parecia um [belo] gigante. Era tal a beleza e a grandeza da figura alimentada por sua imaginação. Pouco importa. Era ela que sempre ia embora. Sempre arrastando as sandálias de uma forma peculiar [só dela].
Insanidade é optar pela saudade de todo mundo que faz bem.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Ao tocar os ombros, vai e mistura todas as cores. O resultado é a combinação particular. Reconhecida apenas pelos dois: o par.

domingo, 16 de setembro de 2007

Deitada nos pensamentos. Costuma tomar nota dos pesadelos. Vagar pelos sonhos. E, desesperadamente, procurar. Palavras.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Tome aqui a mediocridade em um cálice de [sinceras] palavras.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Desvia o olhar. Não revela mais nada. Esconde a falta de controle. Tão recorrente. Desfaz o equívoco. E oculta a fraqueza. Evidente. Vive assim mesmo o disparate. Silente. Sem alimentar a pendência. Ou mistificar uma ausência. Contente. Busca sim enganar a cilada. Pois, essa ai, do nada, faz um coração bom cair cansado. Doente.
É todo assim. Desejo febril. Obscuro. Inseguro. Imaturo. Incerto. De uso secreto. Abuso discreto. Sempre confuso. Meu belo objeto.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Meus ventos sinalizam as mudanças. Onde está o meu horizonte?

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Vou-me embora. Não é pra pasárgada. Nesse lugar, não tem rei. Eu vou voar. Sonâmbula. Levada pelo sono. Bem leve. Até breve.
Uma noz presa. Na garganta. Ou você tenta engolir. Ou vomitar. Mas seja rápido. Reaja. Com uma noz entalada. Você já era.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Se um dia eu desistir da metamorfose, chamem-me ninguém.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Don't be afraid of a little bit of pain
pleasure is on the other side


(Save Room, John Legend)

Hoje eu sinto um algo. Confuso. Instável. Indefinido. Desprezível. Só um algo. Ou um eu. Ou um nada. Desnecessário. Passageiro.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

[Um pedido de permissão] Para poder dedilhar o mundo inteiro que são as costas. Para contar - um por um - cada sinal. Para desfrutar de todo o entendimento de uma noite. Para não precisar de explicação. Para deitar e conter a respiração. Para ter o receio de adormecer. Para velar o sono ferrenho. Para sofrer uma insônia entorpecida. Para ir embora novamente antes do sol chegar. Para partir com a mesma intenção. [Para um dia qualquer voltar]

sábado, 1 de setembro de 2007

Ou a sua vida é um samba ou é outra coisa qualquer.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Sem querer, alguns internautas chegam a este blog pela busca do google. As palavras desencontro, Blues Girl ou mesmo frases de Clarice entre aspas são exemplos que me trazem novos visitantes.

Hoje, curiosamente, a dúvida "para que serve cha de coca" trouxe mais um leitor por engano. Mas o melhor de tudo é a palavra-chave TOP ONE dos internautas enganados: "safadeza diária". Curioso. Seria um aviso para apimentar os temas?

De qualquer forma, qualquer pessoa que cair aqui nesse blog por acaso, por favor, sinta-se convidada a ficar.

Abraços.
Um dia atípico. De leveza. Sem o seu peso. Ou do mundo. Inteiro. Vai, agosto. E leve junto a alegria. De uma felicidade passageira.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Bom é chorar sem razão. Com motivo é bem mais difícil. Sempre.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Falou-me de borboletas nos cabelos. Dos pássaros cantarolando. Do andar cambaleando. Dos suspiros ofegantes. No fim de tarde. Da ausência. Da mudança. De um sorriso escondido. De uma fuga. Tão sacana. Que destrói a sanidade. E então, revelou-me a letra. Uma triste composição. Sem nome. Sobre aquela tal. A saudade.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Parece
Um sonho
A Aurora
Do 16º
O coração quando é traíra. É um órgão vazio e doente. Destrói. Rompe os seus pactos. Quer vadiar na vida. Colecionar amores. Cultivar as dores. Pra beber as mágoas. Do sentimento ausente.
Oculto. O capricho. Gritante. A vaidade. Obsceno. Meu desejo.
E a lua. Sempre aqui. Cheia. Novamente. Completa. De fantasia. Explícita. De vontade. É ela. Indecente. Meu objeto. Da palavra.

Tem mais LUA.

domingo, 26 de agosto de 2007

Too much of a cliche. [It would have been]
É dormir com a noite para acordar com o dia. Eu perdi meu bonde. Noturno. Quando ele acorda. Raio de sol. É o momento que durmo.

Razão. Emoção. Diga só. Quem quer saber? Eu não. De nada.

sábado, 25 de agosto de 2007

você ai só destoa
da emoção riscada
um rabisco azulado
no canto do papel
em branco e vazio
carregado de mim

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Andei por aquelas bandas de lá. O santuário da dama das sombras. Ela não se aproximou de mim. Mas eu sim. Eu estive perto. Invadi. O lugar. Carregando minha angústia. Fui lá. Ao jardim dos mortos. E vi. A morte. E o abismo da vida. Naquele parque. O das Flores.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Medo. Assim. Humano. Expressão. Emoção. Inerente. Ao homem. Fragilizado. Sensível. Vulnerável. Acelerado. Atordoado. Instável. Desespero. Sentir. Isso. Muito. Medo. De quê? De tudo. E nada.
A mente
Tira o sono
O sono
Rouba o sonho
O sonho
Garante a vida
E a vida,
Diz a mente
Tem verdades
Cíclicas

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

O Capibaribe hoje está cheio. Cheio de tudo. O rio.
Basta aos biscoitos da sorte, suas mensagens piegas e tantas ilusões embaladas.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

De encanto. Por um canto. Por um alguém. Ou por qualquer coisa. É preciso ter um encanto. E digo. Eu me encantava sim. Em um só segundo. Em um piscar. E seguia assim. Encantada. Mas houve um momento. Sem razão nem nada. Resolvi desencantar. Eu roubei de mim. Um pouco disso. Eu cai. Bem ali. No poço da neutralidade. Fiquei presa. Neutralizada. Longe dos meus encantos. Distante da realidade. Bem perto do nada. É preciso voltar. Sou de encanto.

Alguém, por favor, uma corda.

domingo, 19 de agosto de 2007

No inferno. O louco é completamente normal. Bebe-se scotch. Faz-se fumaça. E, principalmente, ouve-se muito rock 'n roll.

sábado, 18 de agosto de 2007

De: branco
Para: vermelho

Cortei-me. Pelo descuido habitual. A lâmina deslizou. E me feriu. Um corte raso. Sem profundidade. Leve. Sem dor. Apenas ferida. Superficial. O sangue. A minha perna. A pele clara. Foi tingida.
O amor já está, está sempre. Falta apenas o golpe de graça - que se chama paixão"

(C.L, em A Paixão segundo G.H)

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Passou. Aquela mania tão feia. Mania de picar. Os guardanapos. Era uma verdadeira denúncia. Denunciava aquela essência dela. Ansiedade, insegurança e total instabilidade. Picava sempre em pedacinhos. Cada vez menores. Todo pedacinho era uma parte. Picotada. Amassada. Parte sua. Mania de pedacinhos. Passou.
Qualquer dia. Encontro uma placa. Não aceitamos fiado. Fez uma promessa, minha filha. Tem que pagar.
Promessas matinais. Todos os dias. Ao acordar. Sempre me prometo. Da próxima vez. O sono do século.
Egoísmo puro. Sempre achamos que a nossa dor é simplesmente maior que a dos outros. Puro egoísmo.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

De ponta cabeça. Gosto de observar [a vida]. Parece tão certa.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Quando era menina, costumava descer veloz. Assim, sem tantos tropeços. Na subida, contudo, tinha que ter criatividade. Fazia sempre zigue-zague, careta, contava os passos e até piruetas. Era uma sabida, a pequena, zanzando pelas ladeiras.
Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem"

(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

De dia o peso é dos olhos. À noite é outro. Do outro. Outro dia.

domingo, 12 de agosto de 2007

Sobre o lençol de algodão. Velho. Usado. De estimação. Um dia comum. Ordinário. Sofreu um dano o lençol. Havia um furo. E, naquele dia, bastou esse precedente. O furo. A partir daí, o acontecimento foi previsto. E inevitável. O destino do lençol de algodão. Aquele velho, usado e de estimação. Partiu-se. Lentamente. Em dois. Enquanto rasgava, houve dor. E uma tentativa de conter a separação. Foi inútil. Em vão. Ele iria partir. Ainda assim. Então, acabou. Fim do processo. Deixou de ser. Simplesmente. Não existia mais como antes. Não como uma unidade. Agora, havia as duas partes. Uma que me cobre [e me cabe]. Outra não. Em algum momento, houve uma escolha. A segunda parte já não me servia. Não mais. Não como um dia. Agora, sou por apenas uma das partes. Do lençol de algodão.
Se existe um momento preciso, um minuto compensador ou o esforço válido, eu sinceramente não sei. Mesmo assim, é mais conveniente acreditar que cada dia é, no mínimo, merecedor. Mais intenso ou menos, qualquer que seja o sentido. Seja vivido.
O mundo está cheio de boas (e de más) intenções. Disso, eu não discordo. Agora, diga pra mim: para que tanto esforço? É tudo em vão? É o que estou tentando descobrir.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Encontro
Desencontro
Vinho e sono
Maravilha
ei, você
olha pra cá
e diz pra mim
vamos brincar
de ir e vir
se vai jogar
malemolência
não há decência
nesse lugar
experimentar
é providência
e se puder
vou te mostrar
o que é que é
a devoção
fogo de palha
de uma paixão
qualquer uma
ou uma qualquer
é qualquer coisa
que o valha

quinta-feira, 9 de agosto de 2007


se eu sorri
era assim
sem graça
se eu senti
me iludi
era farsa

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Quem abraça quer contato
No abraço grito socorro
Em um abraço eu mato
De um abraço eu morro


Um abraço
Apertado
Carente
Delicado
Inocente

Um abraço
Engraçado
Envolvente
Enroscado
Indecente

Um abraço
Reservado
Imprudente
Esquivado
Ausente

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Sem serviço.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Hoje. Terceiro turno do dia. Dez e meia da noite. Aula do MBA. Professor de Marketing. Vem e me diz: "O mundo é mau".

Meu caro professor, por favor, amanhã, eu quero é novidade.

domingo, 5 de agosto de 2007



Across the Universe, Beatles
(versão de Rufus Wainwright)


Sobre a ida ao sertão
De um povo maltratado
Nesses versos eu falava
Da beleza em oração
De um céu tão azulado
Que fiquei quase calado
Por respeito e gratidão
Conclui naquela estrada
Que o sertão me comove
Uma poeira que se move
E não muda quase nada

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

No meu caminho de atravessar as cidades, hoje, particularmente, às seis e meia da manhã, avistei um enorme arco-íris. Ele vinha do centro do Recife e cortava a Agamenon pela metade até a avenida Norte. Como já é de costume, resolvi seguir pela Cruz Cabugá. Pensei poder contorná-lo antes de chegar ao meu destino, que é a Zona Sul. Por essa rota eu posso ver o centro, as pontes e as pessoas nas ruas, além de driblar os assaltantes da outra grande avenida. Ainda tomada pelo sono matinal, achei curioso imaginar onde exatamente começava o tal arco-íris. Fiquei surpresa. Ele vinha de Santo Amaro. Isso mesmo. Ele nascia lá em cima no cemitério. (Cruz credo!) Eu só não sei dizer o motivo, mas nascia. Pertinho da Mário Melo, passei embaixo do arco-íris e cairam umas poucas lágrimas do céu. Depois, não o vi mais pelas bandas das ilhas, só lá no Cais José Estelita. De lá, pude avistar que ficou bem para trás. O arco-íris não vai até Boa Viagem.
Quando algo vem ao acaso
Quando é urgente, necessário
É uma verdadeira prioridade
Acreditar em qualquer coisa
Nem que seja por saudade
Vale a pena ouvir. Veio pra mim por acaso hoje:

Io lascerò che muoia in me il desiderio
Di amare i tuoi occhi che sono dolci
Perché nulla ti potrei dare tranne la
Pena di vedermi eternamente esausto


(Vinicius de Moraes)

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Quando as palavras costumam se perder entre os lábios do locutor e o restante do caminho, eu presumo. Suponho. Está entendido. Até desenvolvo. Vivo no risco, gosto de riscos. Mas falta arriscar. Se fosse só assim, não ouviria nada mais, nem ninguém.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007


a chuva no meu recife
ora fina, ora pesada
no lugar não se sabe nada
só que deixa uma aflição
talvez logo ao atravessar
o viaduto das cidades
possa ver um céu limpo
no caminho sem maldade
mas não, é só uma farsa
dessa mente de desgraça
em sua rotina de chegar
nuvem cheia estava pronta
para derramar desilusão

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Una vita ordinaria
Settimana ordinaria
Lunedì ordinaria
Una sera ordinaria
È davvero ordinaria
Questa luna piena
Che è arrivata
Un poco oscena
Soltanto immorale
Così pornografica


domingo, 29 de julho de 2007

Tão escuro. Tão acinzentado. Tão domingo. O mesmo.
Tão lindo. Tão azulado. Tão domingo. O dia.

sábado, 28 de julho de 2007

Sem pressa
E você?

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Perdoe-me
Idéia fixa
Eu bem tento
Esquecer
A sua voz
Baixa
Pausada
E rouca
Mas a razão
É pouca
Ou nenhuma
É o motivo
Para não ouvir
Qualquer outra

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Tem o carroceiro
E o pescador
Tem o jornaleiro
E o camelô
Tem o banqueiro
E o inspetor
Tem o bêbado
E o jogador
O povo inteiro
Até o doutor
No velho puteiro
Daquele senhor
Ali no centro
Come on closer
I wanna show you
What I'd like to do


(Come on closer, Jem)

terça-feira, 24 de julho de 2007

Os olhos do gato
Carregados do dia
Carentes da noite
Dilata suas pupilas
Pronto pra atacar
Escrever. Arrepender-se. Apagar. Seguir. [Moving on]
(devidamente apagado)


segunda-feira, 23 de julho de 2007

Dia de lembrar (ou de esquecer) os meus (28) anos de neuras.

sábado, 21 de julho de 2007

Sossego é quase uma iguaria. Difícil de encontrar. Geralmente, custa muito. Mas existe.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Triste é saber que ninguém
Pode viver de ilusão


(Triste, Tom Jobim, por Elis)

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Eu vi o homem
O negro sentado
Debaixo da árvore
Na beira do canal

O velho homem
Bastante cansado
Cachimbo na mão
Fazendo um sinal

(de fumaça, em plena Agamenon)

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Tenho o azul desta vida
Tenho a poesia da estrada
Tenho o medo da subida
Tenho a queda da escada

Tenho o sozinho tão seguro
Tenho a emoção na janela
Tenho o receio do escuro
Tenho a solidão que é bela

Tenho a razão pra pensar
Tenho o momento indeciso
Tenho o coração sem doar

Tenho a alegria sem riso
Tenho até tempo pra achar
Palavras que eu não preciso

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Sem memória do horizonte. Impossível sentir a areia. Inviável tocar a brisa. Nunca novamente a água. Não descrevo mais o mundo.

Se eu pudesse ver o mar. De novo. Pela primeira vez.
A vida, meu amor, é uma grande sedução onde tudo o que existe se seduz." (C.L.)

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Uma página em branco é tão difícil quanto um futuro pela frente.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Escolhas. O problema é só seu.

terça-feira, 10 de julho de 2007

*
Encontra. Pode. Vê. Escreve.
Tem. Costuma. Possui. Faz.
É. Mostra. Vive. Acostuma.
Fica. Foge. Busca. Medita.
Luta. Deseja. Aceita. Dorme.

(*) o mesmo
Este cheiro de cigarros
desses que não fumei
perfuma meus cabelos
com aroma da saudade
que eu nem sinto mais

domingo, 8 de julho de 2007

Com apreço e vaidade
Quando muito me convém
Eu esqueço a verdade
É uma forma de desdém
Tem o preço da maldade
Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no desconhecido, como eu mergulhei. Não se preocupe em entender. A vida ultrapassa qualquer entendimento" (Clarice Lispector)

sábado, 7 de julho de 2007

Se é já tarde para o silêncio, eu sinceramente não sei. Entender razões não é lá o meu forte. Aliás, o não saber soa pra mim como uma verdade costumeira. Daquele tipo de idéia que nem se questiona mais, só se aceita. Mas, aceitar um fato tão corriqueiro não seria na realidade uma covardia? Não é errado? No entanto, o que é certo? Mais uma vez, eu não sei. Eu apenas aceito a impossibilidade de compreender tudo no mundo. Eu não entendo nada. Mas não entender pra mim é um fato já sabido.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Neste momento,
simplesmente,
preguiça de ser.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Quando os pensamentos borbulham.
É sinal de que a mente já ferveu.
Eu acho que tá na hora de apagar.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Quem é assim
De sol e de lua
E vive essa dúvida
Na rua, às cinco
Sonhe por mim
Meu caro ninguém (ou a um certo alguém),

Não sei bem quem é você pra saber que é bem tímido, mostra uma vontade urgente de ser, vive uma angústia cortante, acostuma com a tristeza corrente, encontra felicidade no mais simples, pode eternizar a realidade com um olhar, vê muita beleza nas palavras, escreve com contradição, fica contente com gestos bobos, foge dos sentimentos mais previsíveis, busca a paz no momento, medita sem falar com o Deus, luta contra o chamado destino, deseja encontrar o seu melhor, aceita aquilo que tem de pior, dorme tranquilamente, ocasionalmente, tem a pele misturada com a minha e um cheiro bom de homem, costuma sorrir de forma inesperada, possui o beijo bem doce (extraído da minha amargura) e, por fim, faz muita diferença só por existir.

Não, eu não o conheço o bastante.

Eu

segunda-feira, 2 de julho de 2007

É muito difícil
Mas é uma tentativa
De dizer "bom dia"
Pra começar bem
Em plena segunda

domingo, 1 de julho de 2007

Paliativos supostamente deveriam aliviar aquilo que não tem mais jeito. Mas, não. Não me aliviam em nada.

sábado, 30 de junho de 2007

Someone like you I ain't never had
Maybe I'm asking too much, baby
Oh but I want you, I want you so bad


(I want you so bad, B.B.King)
Impulsos escrotos
Despem o coração
Atiçam os desejos
E vão embora
Ao amanhecer
Se me permitido fosse
Uma confissão sincera
Diria aqui honestamente
A razão não reina mais

Pois, atrás do consciente
Está uma mente atolada
Que sem vontade de nada
Implora um pouco de paz

quinta-feira, 28 de junho de 2007

O homem anulado
Sonhava acordado
De peito apertado
Chorava acuado
Rezou ajoelhado
Meu Deus abençoado
Não sou acostumado
A ser assombrado
Se um jogo arriscado
Lhe fosse adequado
Teria apostado
Um amor azulado

quarta-feira, 27 de junho de 2007

"Tem um pé no chão e outro na cama"

(*) Observação genial.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Perdoem-me
A tristeza
A instabilidade
A ambigüidade

Desculpem-me
A sinceridade
E um ocasional
Disparate

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Tem mais samba no peito de quem chora
Tem mais samba no pranto de quem vê
Que o bom samba não tem lugar nem hora
O coração de fora samba sem querer


(Tem mais samba, Chico - por outros)
Não há NADA a perder.
Afinal, não tinha NADA.
NADA disso.

domingo, 24 de junho de 2007

A quem encontra
Uma alma boa
Que não destoa
Não sente o mal

A quem deseja
Uma vida pronta
Sem medo conta
O provável final

A quem precisa
De uma paixão
Não vê razão
Só é visceral
Cento e quarenta
Pisei sem parar
Posso decidir
Escolho o sono

Eu fui e voltei
Acalmo a alma
Só quinhentos

sábado, 23 de junho de 2007

Não, meu querido
Eu não quero ser
Porra nenhuma

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Observei aquele rapaz
Naquele instante
Vi sua imagem nele
Roubei-lhe a condição
De ser belo e admirado

Não é ninguém o rapaz
Não tem mais uma vida
É apenas a lembrança
Daquele outro distante
Sem o papel principal

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Convoco a tristeza
Sem qualquer cerimônia
Para me dar um abrigo
E não falar de amor
Assim posso viajar
E viver o oculto
Porque isso é a vida
Que não é para todos
Se não acredita
Saiba que o que vê
Não é a realidade
É só ilusão infantil
O comprimido
Leve assim é
Cabe na pontinha
Abre o caminho
Deita e dorme
Inventa os sonhos
Levanta o amanhã

terça-feira, 19 de junho de 2007

Havia esquecido do ciúme
Lembrei dele em dois momentos
Hoje, na poesia e na prática

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Disseram que devo meditar
Que preciso conversar com Deus
Pra acabar com a minha insônia
Pra me livrar das dores

E agora? O que eu faço?
Alguém me empresta um?

domingo, 17 de junho de 2007

I will go down with this ship
And I won't put my hands up and surrender
There will be no white flag above my door


(White Flag, Dido)

Um apelo
Pelo silêncio
Por um segundo
Sem angústia
Nem tristeza

Um apelo
Pela cor do dia
Por um momento
Com alegria
E beleza

Um apelo
Por felicidade
Mas, o que é feliz?
Considere-me aqui
Viva apenas

sábado, 16 de junho de 2007

Dor
Por favor
Suma daqui
Por você, sou Lóri. Cultivo loucuras sem ser doida. Tenho medo do coração nu, submisso. Controlo ânsias que me corroem. Sigo impulsos que só destroem. Desfaço aquilo que havia planejado. Deixo você esperar que eu espere. Sinto-me extremamente satisfeita em simplesmente não compreender nada, porque entender deixaria tudo um verdadeiro tédio. Indago o Deus das pessoas. Aquele em quem não acredito. Admiro o silêncio. Sim. Pois, mesmo em meio ao tormento, há silêncio e conforto.

O silêncio é solitário e gratificante.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Take a chance, play your part
Make romance, it might break your heart


(Don´t Wait Too Long, Madeleine Peyroux)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Porque você existe
Meu coração insiste
Em esquecer que é triste
E dessa forma assiste
O sentimento ser

Porque você existe
Meu momento excede
E ao mesmo tempo mede
O ninguém mais pede
Só pelo simples saber

Porque você existe
Minha ilusão é pronta
E uma idéia monta
Busca perdão e conta
As razões de doer

terça-feira, 12 de junho de 2007

Se não encontro ao menos lucidez
Nos pensamentos do momento vago
Poderia ousar intuir o estrago
E aceitaria abrigo na escassez

Mas nada compensa a insensatez
Da solidão ou a ausência do afago
Daquela boca vem o beijo amargo
E, do seu sorrir, uma falsa timidez

Já acostumado a cultivar a dor
Pois, meu peito vermelho se debate
Do mal feito, resto eu, devedor

Com órgão ferido que insiste e bate
Não poderá sequer sentir o amor
Sem jorrar esse líquido escarlate
- Façamos um trato, garota. Agora, eu me apaixono por você e você por mim.

- Tá bem. Nós dois, ambos com a ferida aberta, com os desejos presos, vamos curar a dor do outro. Depois, como punição, sentiremos novamente a dor, mas, dessa vez, virá em dobro.

- Na verdade, acredito que poderemos usufruir dessa dor e transformá-la em prazer.

- Não creio, pois sou prisioneira dela. O prazer se traduz pra mim como o intangível. Digo, o prazer de sentir. Mas, não a dor, a dor é mais real, é vigente, permanente, crescente, tem o controle de mim, eu a sinto por dentro e por fora. Sempre.
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4

Encontrei a forma, agora falta a inspiração.

domingo, 10 de junho de 2007

Despiu-se lentamente de luz
Na cidade caótica das sombras
Desejava a loucura mais lúcida
Deixou-se devorar sem pudores

Daquele corpo nu do homem perdido
Alimentava-se, nutria sua vaidade
Enchia seu ego de vitória e alegria
Sentiu uma dor profunda, que esvazia

Foi quando tocou as orelhas geladas
Que um dia foram leves, delicadas
Simulavam a morte do sentimento

No sussuro preso do momento
Ecoava um choro seco no silêncio
Cheio de cólera e solidão

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Não há como lidar bem com esta ausência de objetivos. Displicência de sentimentos. Carência de um par. O par, aliás, é em sua essência ilusão. Torna-se sempre ímpar. Causa os danos. Esses, por sua vez, são sempre acompanhados de clichês. E o senhor de todos eles se chama "tempo". Vai passar com o tempo. E enquanto não passa?
Depois da queda, foi a hora de completar todo o cronograma da vida. Ficou todo preenchido. Um verdadeiro desespero. E agora? Agora, descobri que preciso arrumar mais espaço. Criar os chamados vazios. Para ficar de pernas pro ar. Para não dar satisfações sociais. Para tirar férias das pessoas. E de mim.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Na hora da despedida, as palavras foram diretas. Como já existia uma ferida, essa estava novamente aberta. Ao olhar pela janela fria, a paisagem não era a mesma. Estava seca, deserta. Sopravam ares de solidão. Ouvia-se a ausência de sentimento. Se antes havia emoção naquele lugar, agora é uma sala vazia. Mas, lá, além do desassossego, habitava também uma menina. Uma garota discreta. Acreditava em tudo. Acreditava demais. Mais do que devia. Mais do que o permitido. Um dia ela resolveu acreditar que a paixão conserta aquilo que o amor não acerta. Mas, não. Isso não é verdade. Não passa de uma afirmação insana, distante da verdadeira compreensão do mundo. Incerta.
Tristeza não tem fim, felicidade sim

(A Felicidade, Vinicius de Moraes)

segunda-feira, 28 de maio de 2007

There is no pain, you are receding
A distant ship's smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move but I can't hear what you're saying


(Comfortably Numb, Pink Floyd)

Querida dor,

Aprecio bastante a sua estadia em minha caixola. Gostaria de lembrar que, apesar do meu apreço pela sua figura, tenho bastante trabalho a fazer e será preciso deixar tudo pronto antes de viajar. Pois bem, viajo a Minas Gerais na quarta e volto no domingo, dia 03. Seria possível deixar todas as suas pendências com a minha pessoa para resolvermos em uma próxima ocasião? De qualquer forma, pedirei ao Ibuprofeno 400 mg para te passar esse recado, caso não tenha tempo de me escutar.

Certa de sua compreensão.

Abraços,
Garota enxaqueca

domingo, 27 de maio de 2007

If you could save me
From the ranks of the freaks
Who suspect they could
never love anyone


(Save me, Aimee Mann)

Se você não tem mais o controle e se a DOR já se apoderou da sua mente, por favor, curve-se a ela. Aceite-a. Assim, quem sabe em um momento qualquer ela terá misericórdia desse insignificante ser e irá atacar um outro alguém. E, se não for, tenha calma. Aprenda a cultivá-la da melhor forma. Alie-se a ela. E, cuidado. Quanto mais você enfrentá-la, maior será o estrago. Ponto final.

sábado, 26 de maio de 2007

Manhã de sábado
O quarto escuro
Lá fora, a chuva
Uma inútil manhã

Um falso frio aqui
Tão falso, o frio
Pequenos arrepios
Mais nada, durmo

Um sono confuso
Vozes, agitação
Ensaio a reação
Mas, logo, desisto

É bom se entregar de vez em quando

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Nem toda sexta-feira merece o ilustre título de sexta-feira. Há dias em que uma sexta-feira pode parecer qualquer outro. Mas, parecer é fácil, difícil seria ter uma terça-feira no dia seguinte.
That something you said,
the timing was right,
the pleasure was mine


(One Evening, Feist)

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Well closer to god is the one who's in love
And I walk away cause I can
Too many options may kill a man
Loving is fine if it's not in your mind
But I've fucked it up now, too many times


(The Professor & La Fille Danse, Damien Rice)

Não é uma questão de distância física. Isso não importa. Nunca foi isso. E, nem será. A distância é outra. Mais real. Dificulta bastante. Barreiras são erguidas. Impossível ultrapassar. É mais fácil invadir outro território. Um novo. Mais fácil. Mas, não é o que quero. Quero o impossível. Não tem mais jeito. Irreversível.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Estado de saúde alterado. Estado emocional conturbado. Estado mental desvairado. Mais alguma coisa?

terça-feira, 22 de maio de 2007

Febril. O corpo inteiro. Braços. Pernas. Cabeça. Tudo, tudo. Nada bom. Nada ruim o bastante. Mas, tudo, tudo febril.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Sinto-me azul. Tristeza. Azul bem no fundo. Angústia. Um azul profundo. Sombrio. De um mundo imundo. Vazio. Um azulado. Que entristece a alma. Devasta. Infesta. Sempre. Diariamente. Azul.


Sit there, go on and count those raindrops
Oh, feel 'em falling down, all around you


(Little Girl Blue, Janis Joplin)

domingo, 20 de maio de 2007

Dormir demais dá ressaca. A ressaca do sono é assim. A pessoa nunca dorme mais que 5 horas. Eu disse nunca. Ai, uma bela noite, resolve dormir todo o tempo perdido. Exagera na dose. Acorda com dor de cabeça. Ressacada. E diz: nunca mais vou dormir tanto novamente.
Pouca inspiração. Semana caótica. Emoções fraternas. Saudade e melancolia. Cansaço e redenção. Por favor, eu quero um cigarro. Mesmo sem querer. Por favor.

"And the dreams that you dare to dream
Really do come true"


(Somewhere over the rainbow, por Norah Jones)

Boa sorte, amiga.

domingo, 13 de maio de 2007

Cinema, sossego e sono. Satisfeita por hoje.

sábado, 12 de maio de 2007

Não há nada
Não há vida
Não há alma
Não há gosto
Nem desgosto

Apenas resto.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

O poeta se esbaldou
Dos beijos da garota
E, sozinho, resenhou
Pobre alma, o escritor

Talvez viva uma dor
Tudo isso que restou
Ignora-a, sedutor
Nem sequer o abalou

E, agora, o que me diz?
Sua vida se acabou?
Desistiu de sua atriz?

Pois, se havia um amor
Esgotou-se, infeliz
Com palavras se vingou

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Ela não quer me deixar. Toda conta de tudo. Acaba comigo. Faz doer. A maldita. De novo.
Nunca antes do dia seguinte.

terça-feira, 8 de maio de 2007

A palavra vazia.
A incansável busca.
A incerteza do encontro.

O fatídico momento.
O arrependimento da menina.
O retorno da angústia.

Um final infeliz.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Para acompanhar a solidão, fumo um cigarro. O fumo é uma boa companhia. Mas não, não é verdade. Eu nem sou fumante. Na falta do cigarro, eu leio. E, escrevo. As palavras me acompanham. E confundem.

domingo, 6 de maio de 2007

Admiradoras. Muitas delas. Elas o cercam. Ele gosta. E, faz charme. Fuma um cigarro. Olhar blasé. Ele escreve. Elas lêem. Traçam planos. Elogiam. Ele gosta. Agradece. Sem muito entusiasmo. Gosta de se vender. Mas, não assume. Elas compram a idéia. Homem interessante. Elas o querem. Ele gosta. E, investe. Na imagem.
O Recife alagou.
Mais sombrio.
Mais vazio, frio.
Nada gentil.
Pobres almas.
Esses pobres.
Recifenses.
As paixões são passageiras.
Volta, sossego, volta.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Dói a impossibilidade, a certeza da rejeição, a sutileza do desprezo, o vigor do desperdício, um amor despedaçado, sem calor, só palavras.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Eu não quero mais. Eu não quero pensar. Eu não quero mais tesão. Eu não quero sonhar. Eu não quero mais ler. Eu não quero mais você. Eu não quero mais. Eu não quero. Não quero não. Não.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Estranha.
That's my mind.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Pensa que é diferente. Busca infelicidade. Tem prazer em ver a porta encostada. Maldito. É o melhor. Seres felizes e produtivos. Pena deles. Pena dele. Mente perdida e miserável. Vida normal e tediosa. Desejo de gritar. Não ama ninguém. Grande coisa. Que diferença faz. Interessante arrogância. Grande infeliz. Extremamente interessante. Adorável. Idéia fixa. Depressiva. Detona. Descompromisso. Vida suja. Infeliz. Tesão sórdido. Vontade insana. Por algumas horas. Que seja.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Centro do meu Recife
Colorido por prostitutas
Repleto de bêbados
Encharcado de poesia

A Aurora do Capibaribe
Bebe sol e vomita luz
Dentro do meu Recife
O caos que me vicia

Onde a vida só traduz
A adrenalina do medo
No segredo da esquina

Sem afagos ou carícias
Lá, o Recife se expressa
Sombrio e encantador

sábado, 28 de abril de 2007

Estou ciente dos meus vícios.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Nada disso vale.
Não vale nada.
Nada vale isso.
Isso não vale.

Nada.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Ei, José,
não pensa nela não,
ela ama o João,
que nem gosta dela,
não gosta não.
Pela pele, o apelo
Pêlo, pele, espelho
Pelo pêlo, expele
Pelo espelho, apele

segunda-feira, 16 de abril de 2007

"Quanto Blues vc aguenta?"

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Meu tesouro por uma massagem.
O mundo é canalha.

terça-feira, 10 de abril de 2007

A vida podia ser bem melhor. Mas, não é.
Quem liga pra qualquer coisa?
Eu descobri que eu não ligo.
Cansei. Cansei de agradar.
Parei. Parei de me mover.
Não movo mais. Mais nada.

terça-feira, 3 de abril de 2007

*Carrego. Angústia. Tristeza. Fraqueza. Tédio. Marasmo. Abuso. Solidão.


(*sai pra lá...)

domingo, 25 de março de 2007

Novo desejo. Não fazer o mal.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Momento desejos. Ser menos egoísta e abusada. O isolamento, please.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Isso eu faço questão de lembrar: quando não der pra dividir, melhor pensar duas vezes antes de oferecer.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Se um dia mudar de minha opinião sobre o amor, por favor, tragam-me de volta à realidade. E o pacto continua.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Um coração
angustiado
desesperado
sofrido

Não é meu
Não é seu
Não será
Não mais
Nunca

Um pacto
troco amar
por paz
Sentimento
por prazer

Fechado

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Idéia fixa.
Coisa minha.
Vai saber.

Quem aguenta?
É assim.
Todo tempo.

Mas também,
quando acaba,
não volta.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Eu acho a volta sempre estranha. Você nunca é a mesma quando vem. Não é a mesma que foi e nunca será. É por isso que eu pretendo ir sempre, vou pra depois voltar. E, se um dia eu tiver que ser a mesma (sempre), melhor seria não sair do lugar. Mas eu saio.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Pausa.
Se der tudo certo,
volto em breve.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Toda segunda. No mesmo dia. Na mesma hora. Ela vem e fica.
Tá certo, maldita. Eu me rendo. Assumo agora. É psicológico.
E ai? Já assumi. Satisfeita agora? Vai parar assim? Vai embora.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

As vezes, eu preciso parar um pouco para entender as coisas. Não, eu não tenho o controle de tudo. Eu não domino isso tudo (nem mesmo o meu corpo). Estou sem controle dele hoje. E o sono - ah! o sono-, ironicamente, toma conta de mim. Tomou. Sem reação.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Um dia "blue".
É tudo insolvente.
É tudo provisório.
É tudo transitório.

(Sábio Pena...)

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Parece mentira.
Ela de novo.
Mesmo dia.
Mesmo horário.
Maldita.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Na prática, eu não acredito em horóscopo. Mas, de vez em quando, é bom fingir que acredito. Traz explicações lógicas. "Os leoninos são generosos, ainda que um pouco egoístas. Cuidam das pessoas que dependem deles, mas gostam de ser o centro das atrações".
Amor pra mim é invenção. Não perco mais meu tempo. Não tento mais explicar isso pra ninguém. Tudo o que digo soa absurdo. Então, tô aqui quietinha. Eu e minhas teorias do amor.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Devaneios.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Ela voltou. A maldita voltou. Achei que a tinha controlado. Mas não. Tá aqui de novo. Incomoda. Atrapalha. Maltrata. Vai embora. Dorme. Garotinha enxaqueca.

domingo, 28 de janeiro de 2007

É preciso controlar mais este meu ouvido seletivo. Mesmo quando fico atenta a isso, faço um esforço redobrado, ele vem e teima em só funcionar da forma que bem entende. Difícil isso, heim?
Dia perdido.
Mais um domingo.
Passou e eu não vi.
Esgotou-se.

Esgotada.

sábado, 27 de janeiro de 2007

Momento test-drive.
Como é bom ficar só de vez em quando.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Dei descanso ao meu relógio. Afinal, existe um culpado por ela.
A minha ansiedade maldita.

"Ansiedade é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja"

(em Mania de Explicação, de Adriana Falcão)
Um neusa.
Um copo com água.
E nenhuma palavra.
Por favor.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

A cadeira (*)

A cadeira de balanço,
ao fundo da sala,
escanteada e vazia,
não balança mais,
não range mais,
não me dá alegria,
se um dia teve vida,
hoje é só poeira,
melancolia,
morte e tristeza,
sombria.

(* saudades do meu avó e sua cadeira de balanço)

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Falta tempo. Não vai dar. Até deu, mas ainda falta me tempo. Quando isso acontece, menos tempo, penso menos, menos merda, maior tranquilidade, menos tempo, curto menos, menos merda, melhor. Bom, na verdade, nada importa, tá até faltando tempo pra pensar.

domingo, 21 de janeiro de 2007

- Ei, depois de hoje, vamos continuar amigos, não é?

- Amigos? Querido, quem te disse que sou sua amiga?

- Não é minha amiga? Como não?

- Não, não sou. Mas, se você quiser acreditar, beleza.

- Tá bem. Mas vem cá, amiga...

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sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Ouvi dizer que um pouco de safadeza, não vai fazer mal a ninguém. Se tivesse nascido mais safada, era uma puta. Mas não. Essa dai tem até vontade, talento, mas não é, é só fingimento. Uma farsa.
É a minha grande aliada, melhor companhia, pequena solução, terrível problema, risco total, mal crônico, sono tardio, ou melhor, a ausência dele. Minha insônia.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Abuso total. Paciência pouca, quase nenhuma. Vou esperar. Passa.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Se eu reduzisse em pelo menos 50% o turbilhão de coisas que circulam na minha cabecinha e pudesse administrar os outros 50% restantes, podia até ser me sentir uma pessoa normal.

sábado, 13 de janeiro de 2007

Bêbada, louca e libidinosa,
- confissões de uma tarde de sábado em Olinda.
Libidinosa em uma tarde de sábado,
- confissões em Olinda de uma bêbada louca.
Tarde louca em Olinda,
- confissões de uma bêbada libidinosa sábado.
A mulher moderna é uma farsa. E tenho dito.
Existe um grande mistério que gostaria de entender. Nas minhas poucas experiências de relações amorosas/afetivas/casuais, isto é, dois namoros longos e alguns outros rolos, algo que muito me chama a atenção é a capacidade do outro de retomar sempre o contato em certos momentos considerados cruciais: como aquele em que você já ligou o foda-se. Sabe o que eu acho? Que essas pessoas podem ser chamadas de bumerangues. Bom, bastou eu me encantar por um certo fulano, que vi logo dois bumerangues em minha direção... O bom é que eu já conheço muito bem o trajeto: vai e volta.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Eu ando acreditando muito em capricho.
Isso mesmo: C - A - P - R - I - C - H - O.
Tudo culpa da minha terapeuta. Entrou de férias.
E me deixou assim: pensando que posso sentir.
É claro que não.
"Para extinguir de nós o azul ausente
e aprisionar o azul nas coisas gratas
Enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas"

(Pena, trecho do Desmantelo Azul)

Ô desmantelo...
Quem disse que eu quero pena
Quem disse que eu quero um coração
Quem disse que eu quero o amor
Quem disse que eu quero você

Ah! Mas eu quero alguma coisa sim

Quero fazer igual ao Vinícius,
que indignado com a morte
dos três Pablos (Neruda, Casals e Picasso),
disse sem nenhum receio:

- VÁ PRA PUTA QUE O PARIU!

E eu? Eu também quero paz.
Tenho dito.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Se eu não pudesse sofrer
Não encontraria conforto
Se eu não pudesse gritar
Não justificaria a voz rouca
Se eu não pudesse sorrir
Não faria esse caminho
E, com essa rouquidão
Eu continuo andando

domingo, 7 de janeiro de 2007

POIS BEM GAROTA , VOU LHE ESCREVER UMA CANÇÃO
POR MAIS QUE SEJA DURO OFERECER-TE MEU PERDÃO
PRA CANTAR BEM ALTO COM QUEM VOCÊ ESTEJA
PRECISO LHE MOSTRAR , PRECISO QUE VOCÊ VEJA

PRA DEIXAR DE SENTR SUA FALTA
VOU DEIXAR DE SENTIR SUA FALTA
VOU DEIXAR DE SENTIR
PRA DEIXAR DE SENTIR SUA FALTA

DAS PESSOAS QUE PASSAM PELA VIDA E MUDAM
COMO OS MUDOS QUE VIRAM NOVOS REIS
COMO OS CEGOS QUE EMBAÇAM E ENXERGAM
COMO TODOS QUE NÃO ESPERAM PELA VEZ

ENTÃO ME DIGA:"QUANTO BLUES VOCÊ AGUENTA?"
NÃO MAIS ME IMPORTO SE VOCÊ NÃO TENTA
DESCUBRA NESSES DIAS DE FELICIDADE
DESCUBRA LOGO ANTES QUE SEJA TARDE

NÃO PENSE DEMAIS, NÃO EVITE
NÃO HESITE LIVRAR-SE DOS FETICHES
NÃO ABAIXE A VOZ, PRESERVE A ARROGÂNCIA
MAS NÃO ME VENHA FALAR DE TOLERÂNCIA

(Do Morcego!)
- Moço, por favor, quanto custa um sonho?

- É um real.

- Não, cara, eu disse um sonho de verdade.

- Sim, madame, já disse, é um real. Mas aviso logo que acabaram todos.

- Ok, gente. O sonho acabou.

...

sábado, 6 de janeiro de 2007

Tomo aqui a liberdade de pegar emprestada a frase de um querido amigo:

Quanto blues você agüenta?

Sinceramente, não sei. Vou ter que descobrir.
Se*

Se é silêncio, eu grito
Se é difícil, eu quero
Se é triste, eu rio
Se é quente, eu gelo

Se é confuso, eu crio
Se é simples, eu erro
Se é vazio, eu escrevo
Se é preciso, eu nego

(*incompleto desde 1° de fevereiro de 2006)
De volta à estaca zero. Voltei a sentir angústia, ansiedade e uma falsa alegria. Não há melhor forma para acabar com um desencontro do que retornar ao seu lugar [estado] de origem. E, é justamente de lá que eu nunca deveria ter saído. Por isso mesmo, anuncio a todos: novamente, estou de volta à estaca zero.